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Tasso pede demissão de Mattoso, além de saída de Palocci

"Acho que o presidente Lula tem que vir a público explicar como seu governo está usando a Polícia Federal e a Caixa Econômica Federal"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, que, além do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também deveria ser demitido pelo governo federal o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso. Segundo Tasso, Mattoso é responsável pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que acusa Palocci de ter participado de encontros em uma mansão de Brasília com um grupo lobista de Ribeirão Preto. "A Caixa tem séculos de história de confiança da população brasileira, em que todo o pequeno poupador aloca seu dinheirinho e vê, de repente, ser praticamente estuprada a sua privacidade, de forma violenta, simplesmente, por causa de um interesse pessoal, político e a mando claramente da diretoria e do mais alto comando do banco", justificou. Sobre a saída de Palocci, o presidente do PSDB entende que "chegou a hora" de o ministro ser demitido por não ter mais condições de continuar no cargo. Jereissati ressalvou, entretanto, que as demissões e cobranças não podem recair apenas sobre Palocci e Mattoso, mas que cabe, neste momento, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir suas responsabilidades. "Acho que o presidente Lula tem que vir a público explicar como seu governo está usando a Polícia Federal e a Caixa Econômica Federal. Não se pode mais preservar o presidente Lula, que, em tudo, está sendo preservado", opinou. "O presidente não pode ficar simplesmente dizendo que não sabia de tudo, que não tem nada a ver com isso e continuar derrubando, como um dominó, todas as pessoas que fizeram parte do seu governo, enquanto só ele não é responsável por nada", acrescentou, referindo-se em seguida às demissões do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; do ex-assessor Valdomiro Diniz; do ex-ministro Luiz Gushiken; e dos dirigentes do PT, Delúbio Soares (ex-tesoureiro) e Marcelo Sereno (ex-secretário de Comunicação). Jereissati afirmou também que a oposição não redirecionará, em caso de queda de Palocci, ataques para o filho de Lula, Fábio Lula da Silva, o Lulinha, envolvido numa operação de R$ 5 milhões de aporte para a empresa Gamecorp, de propriedade dele, pela Telemar, e que conta com participação acionária do BNDES. "Não tem mais nada o que direcionar. Está na cara que o presidente Lula é o grande responsável por isso daí e está na hora de o presidente Lula cair em si e vir a público dizer o que é isso e que ele é responsável", reiterou.

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