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Tasso muda discurso sobre entrada da Venezuela no Mercosul

Tucano, que é relator do tema no Senado e contrário à adesão, deu sinais de que pode mudar de posição

Por Agência Brasil
Atualização:

Contrário à adesão da Venezuela ao Mercosul, o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE), sinalizou nessa terça-feira, 27, que pode mudar de posição. Mas para o tucano é fundamental haver uma nova postura do governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Para ele, Chávez deve dar garantias de que vai respeitar os princípios democráticos.

 

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Relator do tema na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Tasso disse que é necessário obter "garantias concretas" de que o "modelo autoritário" representado por Chávez não será exportado. "Se for possível uma construção em que se aprove a entrada da Venezuela no Mercosul desde que haja garantias concretas de que essa evolução e exportação de modelo autoritário e preconceituoso não será feito", disse, em audiência pública na comissão.

 

"Estou disposto a estudar para que possamos chegar a um acordo. Mas uma coisa concreta. Estamos dispostos a estudar isso de maneira que possa ser concreta e aceitável diante da nossa visão", acrescentou o senador.  

 

A manifestação de Tasso ocorreu pouco depois do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ter criticado Chávez. Contrário ao governo do presidente venezuelano, Ledezma disse que Chávez desrespeita a democracia.

 

Para Ledezma, a adesão da Venezuela ao Mercosul deve obrigar Chávez a seguir as regras do protocolo do bloco que determina o respeito aos princípios democráticos.

 

"Sou partidário da integração, creio nessa integração. Não se trata de ter ou não Chávez no poder. Quando se discutia o ingresso da Venezuela, estava na Presidência o senhor Rafael Caldeira", afirmou Ledezma.

 

A votação do relatório de Tasso, que propõe o veto ao ingresso da Venezuela por acreditar que o governo Chávez não é democrático, está marcada para quinta-feira (29). O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fez um voto em separado argumentando que as razões econômicas é que devem motivar os votos dos parlamentares.

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Os governos da Argentina e do Uruguai já autorizaram a entrada da Venezuela no bloco. Mas o governo do Paraguai adiou a discussão para 2010, depois que for definida a decisão brasileira.

 

Depois de votação na comissão, o relatório sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul deve ser votado no plenário do Senado.

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