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Tasso ironiza recusa de Serra em aparecer na TV

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), pré-candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, ironizou nesta sexta-feira a recusa do também pré-presidenciável ministro da Saúde, José Serra, em aparecer nas propagandas de TV do PSDB. "O Serra não gosta de aparecer na TV, não gosta de usá-la para promoção política", disse. "Não concordo com sua posição, mas como ele não gosta de aparecer, creio que está sendo coerente", ironizou. Ele fez o comentário durante gravação do programa da jornalista Marília Gabriela, na Rede TV. Sobre o comentário que fez em uma entrevista concedida em Fortaleza, de que só a Carmen Miranda poderia ser um nome de consenso no partido, para disputar a presidência, Tasso afirmou ter dito aquilo por "impulso", cedendo à pressão por notícias que a imprensa acaba exercendo. Tasso disse também que respeita os princípios básicos do programa de governo de Fernando Henrique mas, na hipótese de vir a ocupar a presidência da República, faria alguns ajustes. "O Brasil e o mundo mudaram desde 1994", justificou, referindo-se ao ano em que Fernando Henrique foi eleito pela primeira vez. Ele afirmou que faria correções dentro desse novo quadro e seguindo seu estilo pessoal. Segundo o governador, o desafio hoje não é mais a estabilidade da moeda, mas o crescimento econômico e melhorar a distribuição de renda. Tasso chegou a defender uma maior interferência do Estado na economia, não no sentido de um "Estado empresário", mas estimulando a competitividade e regulando desequilíbrios. Ele admitiu que a reeleição de Fernando Henrique teve um lado positivo e outro negativo. A parte ruim foi que o presidente teve de negociar muito para aprovar a reeleição e abrir mão de uma série de princípios. Por outro lado, a continuidade do governo de Fernando Henrique deu, na opinião de Tasso, maior credibilidade e estabilidade ao País e contribuiu para a continuação dos projetos de reformas políticas e econômicas. Sobre a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), também pré-candidata à presidência, Tasso disse que não são inimigos nem oponentes. Nesta semana, Roseana atingiu quase 20% da preferência do eleitorado em uma pesquisa de intenção de voto. O governador acrescentou que, caso seja escolhido candidato por seu partido, não pretende "brigar nem bater" em seu ex-aliado e também presidenciável, Ciro Gomes (PPS). "Tenho que derrubá-lo no campo das idéias", declarou. Ele disse também que esperaria o apoio do ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL da Bahia) a uma eventual candidatura sua, mas ressaltou que o partido de ACM já tem uma pré-candidata que o ex-senador deve estar apoiando. O governador cearense considera que seu partido amadureceu nestes sete anos à frente do governo federal. "Não é tão bom quanto era quando era pequeno", destacou, "mas não poderia ser para sempre elitista e enclausurado." Tasso acredita que hoje seu partido "pisa mais no chão" e tem mais a cara do Brasil. Tasso não poupou críticas ao governador de Minas Gerais e também pré-presidenciável, Itamar Franco (PMDB). "Não votaria nele para nenhum cargo do Executivo. Tem que ter equilíbrio e visão para exercê-los", criticou. Ao exaltar a importância de Minas na história política do Brasil, ele disse ter "pena" de que o Estado não tenha "a liderança que merece". "Não fosse pelo Fernando Henrique, o governo dele (Itamar) teria sido um desastre", declarou, referindo-se à passagem de Itamar pelo Planalto, quando Fernando Henrique foi ministro das Relações Exteriores e posteriormente da Fazenda. Na linha do discurso de Fernando Henrique no parlamento francês, há cerca de duas semanas, Tasso lamentou a barbaridade dos atentados terroristas do dia 11 de setembro nos Estados Unidos, mas criticou a política externa norte-americana, principalmente o "desprezo com que a administração de George W. Bush vinha tratando as questões do Oriente Médio?. "O presidente americano precisa rever a política para o Oriente Médio, que é tão ou mais dasastrosa do que os atentados", afirmou. Além de política, Tasso também falou sobre esportes. Vascaíno, disse que o presidente de seu time, o deputado Eurico Miranda (PPB/RJ), "não parece esta Brastemp toda." Sobre o perigo da Seleção Brasileira de ficar fora da Copa do Mundo, Tasso acha que isto pode agravar o sentimento de baixo astral que já existe no País. "Seria uma deprê que nem Prosac vai dar jeito", declarou o governador, que acredita que o racionamento de energia elétrica foi o acontecimento mais marcante do ano no Brasil porque atingiu o dia-a-dia e a qualidade de vida das pessoas.

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