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Tasso ironiza PT e defende juros menores

Por Agencia Estado
Atualização:

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) fez uma série de críticas e ironias ao governo Lula, hoje, em Fortaleza, durante seminário promovido pelo PSDB do Ceará. Ao manter a taxa de juros em alta, Tasso disse que o governo federal perdeu uma "brutal oportunidade" de fazer com que o País retomasse seu crescimento econômico. "A manutenção, sem nem apontar qualquer tendência de baixa, significa um risco de recessão das mais profundas", avaliou. Tasso ministrou a palestra Uma proposta Estratégica para o Brasil para cerca de duas mil pessoas no salão Juazeiro, do Hotel Othon Palace. Começou afirmando ser o PSDB "um partido de idéias" e que estas estão sendo consagradas e copiadas. "E, quem diria, pelo próprio PT", comentou o senador tucano. "O PT assumiu o governo e está exatamente copiando aquilo que a gente queria fazer. Algumas coisas copiando pior. Às vezes a cópia não é tão boa quanto a original", ironizou Tasso. Ele lembrou que essas propostas foram elaboradas há dez anos e por isso precisam ser recicladas. "Muitas coisas estão absolutamente ultrapassadas. E a gente tem que dar um passo à frente. O mundo mudou. O Brasil mudou muito", analisou Tasso. Em seguida, ao justificar a necessidade dos encontros que o PSDB começa a fazer por todo País para discutir as reformas e afinar o discurso de oposição ao governo federal, ele disparou outra ironia: "As idéias que nós vamos defender nos próximos dois anos, provavelmente, vão ser as que o PT vai entender daqui a dez anos e adotar daqui a dez anos". Tasso classificou de "bem-vindos" e "oportunos" os quatro meses "de bom senso" do ministro Antônio Palocci (Fazenda). "Esperávamos um desastre. Se o PT fizesse tudo aquilo que ele dizia que ia fazer na oposição nós estaríamos à beira do caos. Quando chegou um ministro com bom senso, ele foi festejado no mundo inteiro", elogiou para, em seguida, voltar a zombar: "Gente, o PT não é louco. Tudo aquilo que ele dizia na oposição, todas aquelas loucuras era, como diz o próprio presidente (Lula), bravata". De acordo com Tasso, agora, a equipe econômica do governo Lula está ultrapassando a barreira do bom senso e está entrando em um "conservadorismo profundo e preocupante". Para o senador, a taxa de juros não foi mantida em função da inflação, como alega o governo, mas sim porque existe uma intensa vinda de capital estrangeiro atraído pelos juros altos e o governo precisa mantê-los assim para garantir a credibilidade fora do país. "Com certeza, não seria a atitude que nós tomaríamos. Porque nós já temos a confiança dos investidores do mundo inteiro. Não precisaríamos manter os juros tão altos porque não precisaríamos provar a ninguém que não somos malucos". O ex-ministro da Previdência no governo de Fernando Henrique Cardoso, José Cechin, e o ex-governador do Ceará e, hoje, deputado federal Gonzaga Mota também estavam no seminário. Eles participaram de um debate sobre as reformas da previdência e tributária. Sobre os juros, Mota, disse que, se o governo tivesse adotado mini-reduções da taxa de juros e/ou mini-desvalorizações do câmbio "teria criado um clima de estímulo ao setor produtivo fora do comum". Cechin, por sua vez, disse acreditar que a bancada tucana vote a favor da taxação dos inativos.

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