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Tasso diz que PSDB tem que se diferenciar de outros partidos

Tucano afirmou que existe uma confusão programática que atrapalha os eleitores

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que está na hora de o PSDB rediscutir o seu programa e buscar a diferenciação dos demais partidos, alegando que existe uma confusão programática que acaba atrapalhando os eleitores. Ele citou como exemplo a utilização do tema privatização como arma eleitoral nas últimas eleições: "Essa questão da privatização deixou claro que a população brasileira não consegue ver a diferença entre partidos do ponto de vista programático", analisou o senador em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Tasso disse que os tucanos não souberam defender a privatização durante a campanha presidencial, e que nas discussões que o partido organizará, em 2007, a legenda terá de "ficar mais nacional". O senador acha que no atual quadro os eleitores não conseguem distinguir os programas dos diversos partidos. "É exatamente isso o que queremos discutir nessa reestruturação do PSDB", salientou. Ele lembrou que 20 anos depois de sua fundação, o partido agora necessita rediscutir o seu papel na sociedade brasileira e pontos fundamentais, como qual o papel do Estado na sociedade. "E não ficar como nessa eleição, em que o presidente Lula criticou a privatização da Vale como um dos maiores erros da história. E no dia seguinte estava se parabenizando pelo extraordinário sucesso na aquisição da empresa Inco", lembrou. "Então, a bagunça é geral no Brasil de hoje. Desde o ponto de vista dos partidos políticos até a confusão administrativa federal." Pancada no Lula Ele fez também uma forte crítica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter mandado cortar o fornecimento de gás a siderúrgicas do Ceará, para cumprir acordos feitos com a Bolívia. "Me dói na pele", disse o líder tucano, "ver o Lula levar pancada do Evo Morales e ela ser redistribuída para nós, cearenses". Tasso chamou Lula de omisso e observou que, "em questões de Estado, de soberania, você tem que se impor e ele tratou a coisa como brincadeira de companheiro". Numa avaliação dos erros cometidos pelos tucanos na campanha presidencial, Tasso afirmou que, durante a campanha eleitoral, "o PSDB não soube defender a privatização, diante de um PT que levou adiante as privatizações do Banco do Estado do Ceará, do de Santa Catarina, e a maior de todas as privatizações, que são as PPPs". Elogios a Alckmin Tasso elogiou a atuação de Geraldo Alckmin na eleição presidencial e opinou que qualquer que fosse o candidato do PSDB teria sido derrotado da mesma forma pelo presidente Lula. "Geraldo Alckmin foi um guerreiro obstinado que lutou até o fim", ponderou o senador cearense. "Com todos os escândalos que aconteceram no governo Lula, qualquer presidente não teria sequer a condição de ser candidato a presidente da República novamente", sustentou Jereissati. E mostrou preocupação com o que chamou de "desorganização das instituições". "Eu acho que essa decisão do Supremo não foi boa", sobre a decisão do STF que derrubou a cláusula de barreira. "A minha análise é de que há uma espécie de quebra total de valores", queixou-se. O presidente do PSDB encerrou a entrevista com um alerta: "A crise moral que o País está vivendo pode levar a uma destruição da credibilidade de todas as instituições".

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