O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) confirmou nesta sexta-feira, 1°, que não disputará mais a presidência do Senado. Ele declarou que, com sua desistência, à candidatura à Presidência do Senado, a tendência é de que a bancada do partido apoie o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Ao justificar sua desistência, Tasso afirmou que o respeito pela instituição, "pelo que ela pode representar para o País, foi perdido". Ele declarou ainda que de ontem para hoje um "espetáculo deprimente" se estabeleceu no Senado. "Eu não vou participar disso."
Tasso criticou ainda as disputas mais recentes ocorridas nos bastidores da Casa, com vistas ao comando. "Um servidor da Casa se arvora de senador e presidente do Senado, baixa portarias, começa brigas sem nenhum tipo de dignidade, não faz jus à história do Senado", pontuou. Questionado se sua desistência da candidatura seria uma "saída por baixo", Tasso afirmou que espera que a instituição não saia por baixo. O senador afirmou ainda que tudo leva a crer que haverá judicialização da eleição na Casa. Segundo ele, o fato de a sessão do Senado ser conduzida por um dos concorrentes à presidência será questionado. "Ninguém está aceitando resultado, ninguém aceita um tipo de disputa de nível elevado, ninguém aceita derrota. Virou caso de vida ou morte", disse Tasso. "Por quê alguém é obrigado a ser presidente do Senado? Ninguém precisa", acrescentou. Tasso afirmou ainda que um senador é eleito para exercer seu cargo. "Essa (a presidência) é uma circunstância em que tem que ser levada em conta a condução da Casa, a credibilidade e a dignidade da Casa", afirmou.
No Congresso Nacional para a posse dos novos parlamentares, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a desistência de Tasso não foi do partido, mas da bancada no Senado.
Mais cedo, o senador Alvaro Dias (PODE-PR) havia informado que o tucano retiraria sua candidatura, mas que ele manteria a sua. Ele afirmou ainda que o senador Esperidião Amin (PP-SC) manteria sua candidatura à presidência do Senado.