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Tasso cobra "transparência" de FHC

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), desistiu de pedir a destituição do líder tucano no Senado, Sérgio Machado (CE), um dos seus principais desafetos. Mas, na conversa desta noite com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada, Tasso estava decidido a cobrar formas mais transparentes na condução das decisões do PSDB. Ele acredita que houve quebra de confiança na forma com a qual o partido e Fernando Henrique conduziram as eleições no Congresso. No fim de semana, Tasso desabafou com um interlocutor que Fernando Henrique teria descartado, durante uma conversa telefônica, a reeleição de Machado. Passados cinco dias do início da crise, a expectativa no Planalto nesta segunda-feira era de que o governador já estivesse mais tranqüilo. Para garantir o sucesso do encontro, o presidente pediu ajuda ao governador Mário Covas, que se reuniu à tarde com Tasso, na residência do Horto Florestal, em São Paulo. Eles conversaram durante aproximadamente 1h20. O tucano cearense entrou e saiu do local sem dizer nenhuma palavra à imprensa e, no fim da tarde, embarcou para Brasília. Durante os últimos dias, o governador do Ceará conversou com vários políticos, incluindo o ex-ministro Ciro Gomes (PPS) e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Tasso ficou convencido de que é praticamente impossível tirar Machado do posto e, por isso, mudou de estratégia. O presidenciável tucano agora quer saber se o presidente está mesmo decidido a acabar com a política de pequenos grupos no PSDB - a minoria decidindo os destinos do partido. Outra preocupação é saber o que Fernando Henrique quer para a sua sucessão na Presidência. Tasso confidenciou para amigos e reforçou para Covas que não admite ser "triturado" nem usado. O governador recebeu a solidariedade de Covas para as reivindicações. Os dois atribuem ao ministro da Saúde, José Serra, a manobra para manter Machado na liderança e estão preocupados com as negociações de Serra com o PMDB. No Planalto, os assessores próximos de Fernando Henrique receberam com alívio a decisão de Tasso dar uma trégua a Machado. Numa conversa com pessoas próximas, o presidente comentou sua impotência para interferir na bancada tucana no Senado, que reconduziu o líder ao cargo por 12 votos a 2. "O Tasso pensa que o Congresso é simples como uma Assembléia Legislativa", chegou a comentar um interlocutor. Em compensação, Tasso liberou a bancada de deputados federais do seu Estado para votar em Jutahy Magalhães Junior (PSDB-BA) para a liderança do partido na Câmara. Como não recebeu nenhuma orientação do Planalto, o governador não quis assumir a responsabilidade por um eventual veto a Jutahy - ele acha que Fernando Henrique não aprova o nome. "Votem como quiserem", disse.

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