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Tarso nega uso político da PF

Por Vannildo Mendes
Atualização:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou hoje que a Polícia Federal tenha se prestado a algum interesse político ou cometido arbitrariedades na condução da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, entre outros. "Foi uma operação normal, conduzida sob rígido controle do Ministério Público e da Justiça, fruto de uma investigação que vem sendo realizada há quatro anos e que de dois anos para cá tomou impulso", afirmou Genro. Ele deu a declaração após abrir, hoje à noite, o Encontro Nacional de Identificação Humana, em que foi apresentado, em Brasília, o modelo da nova carteira de identidade dos brasileiros, a ser introduzida no País a partir de janeiro do próximo ano. "Não houve qualquer conotação política, ou perseguição do governo a quem quer que seja", garantiu. Pela manhã, o ministro já havia feito a defesa da PF ao inaugurar o novo laboratório de combate à lavagem de dinheiro da instituição. "A PF investigou por quatro anos e não houve vazamentos, mas agora o assunto está em outra esfera", disse ele, referindo-se à esfera processual da justiça, em que os advogados têm acesso aos autos. Há dias, em entrevista ao Grupo Estado, Genro responsabilizou os advogados pelos constantes vazamentos de operações policiais. Mais explícito na defesa da instituição, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que o delegado Protógenes Queiroz, encarregado da investigação, atuou dentro da legalidade, na esfera da sua autonomia funcional. "Pelos dados de que disponho até agora, ele não cometeu qualquer abuso contra os direitos dos acusados", disse. Corrêa informou, porém, que mandou diretor da Divisão de Combate aos Crimes Financeiros, Paulo de Tarso Teixeira, acompanhar o desfecho da operação e fazer um relatório detalhado. Com base nele, a Direção-Geral e o Ministério da Justiça farão uma análise da situação para se posicionarem com mais propriedade sobre as reclamações dos alvos da operação. "Ele vai trazer elementos para uma análise mais correta das críticas, mas de antemão, pelas informações que dispomos foi uma operação exitosa e sem vazamentos. Houve tentativas, mas resistimos", explicou.

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