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Tarso já se considera fora da articulação política

Ministro deverá deixar a pasta de Relações Institucionais, e poderá assumir a da Justiça, deixando a cargo de Lula as negociações políticas no início de 2007

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, deverá deixar o cargo na reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará depois da posse, provavelmente em fevereiro. Um dos destinos dele poderá ser o Ministério da Justiça, conforme confidência feita por Lula a um de seus principais interlocutores. Mas essa ainda não é uma garantia. O titular da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, trabalha para ser substituído por Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O favorito para o lugar de Tarso Genro na coordenação política do Palácio do Planalto é o governador do Acre, Jorge Viana (PT). Mas também não está garantido no cargo, embora seja o preferido do presidente Lula. É que o PMDB, parceiro do governo na coalizão que Lula está montando, trabalha contra a nomeação de Viana, visto que no Acre o partido é inimigo declarado do governador. Com Viana no seu lugar ou não, Tarso já se considera fora da articulação política e revelou isso a seus amigos. Diante desse quadro, Lula já disse a mais de um auxiliar que poderá iniciar seu segundo mandato tendo ele mesmo que fazer todas as negociações políticas, visto que só montará o Ministério em fevereiro. Isso não seria novidade. No momento, é Lula quem está à frente de toda a articulação para a formação do novo governo. No café da manhã que teve com repórteres credenciados no Planalto, na sexta-feira passada, o presidente afirmou que vai se encontrar constantemente com os presidentes e com as bancadas dos partidos. Nos contatos com amigos e interlocutores, Lula admitiu que tem ouvido reparos à atuação de Tarso Genro à frente da articulação política. Um líder da base governista conta que o ministro tem sido alvo de críticas no Congresso, e que vários aliados reclamam de sua "atuação desastrada". Um exemplo sempre lembrado diz respeito a um encontro do ministro com os dirigentes do PSDB e do PFL no Senado, um pouco antes da eleição, que tinha por objetivo a busca da pacificação entre governo e oposição. Logo depois de selar a paz com os dois principais opositores de Lula, Tarso Genro os atacou menos de 24 horas depois. Nas conversas de bastidor, Lula reconheceu que já teve ministros bem sucedidos na tarefa da articulação, como o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT).

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