Nove dias depois de afirmar que o segredo de Justiça "praticamente terminou" no País, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira, 6, que não vê censura na decisão do desembargador Dácio Vieira de proibir o jornal o Estado de publicar conversas gravadas que envolvem o presidente do Senado, José Sarney.
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"Não acho que seja censura. Na verdade, o que está sendo obstado ali seria, segundo o despacho, a divulgação de fatos que podem ser inverídicos", disse o ministro, segundo a Agência Brasil. "Portanto, não é uma censura à imprensa, embora em relação à imprensa, em particular, possa parecer como tal."
Ao defender no último dia 28 a Polícia Federal por suspeitas de vazar informações da Operação Boi Barrica, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do senador, o ministro chegou a afirmar que o sigilo "é uma instituição meramente formal, que não vai funcionar mais". Já nesta quinta-feira, 6,, ao comentar especialmente a censura imposta ao Estado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Tarso Genro evitou polemizar.
O ministro disse ainda que acredita na derrubada da decisão de Dácio Vieira. "É uma decisão que não vai se sustentar juridicamente e que certamente será revisada", afirmou o ministro. "Já temos outras decisões nesse sentido, e elas normalmente funcionam ao contrário. Em vez de proteger a pessoa que está sendo mencionada, funciona como instrumento que até chama mais a atenção para os fatos imputados, justa ou injustamente."
