Tarso Genro diz que sistema de alianças "enlouqueceu"

Por Agencia Estado
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O ministro da Educação, Tarso Genro, entrevistado no programa ?Canal Livre?, da Rede Bandeirantes, disse que o sistema de alianças políticas "enlouqueceu", citando como exemplo recentes votações no Congresso, quando adversários tradicionais se uniram em torno de determinados projetos, como foi o caso do valor do salário mínimo. "Nós estamos numa fase de transição, inclusive para remodelar principalmente o que é esquerda, o que é direita e o que é centro. A clivagem do sistema de alianças, hoje, está muito mais relacionada com como se deve combinar saúde fiscal com retomada de desenvolvimento e distribuição de renda, do que com padrões ideológicos ou vínculos que vêm da velha visão de luta de classes, baseada na classe operária industrial. A questão é muito mais complexa, e o que divide as posições hoje é a abordagem de como sair dessa enrascada em que nos encontramos." Confusão Segundo Genro, a pressão da dívida pública sobre o Estado provocou a redução das políticas sociais, o que legitima ações pragmáticas da classe política sobre quem está no poder. "O que se deve ver é quem tem respostas conseqüentes para essa questão: como é que se retoma o crescimento sem virar as coisas para o mundo e criando um Estado democrático renovado? Isso realmente tem confundido, tanto a esquerda como a direita." Eleições de outubro O ministro reconheceu o direito de partidos da base aliada terem candidatos próprios concorrendo com o PT em diversos municípios, como é o caso de São Paulo, com a candidatura Luíza Erundina (PSB) e Michel Temer (PMDB). Disse que a campanha não será apenas regional, mas nacional. E considerou isso altamente positivo. "Nós (do PT) devemos estar preparados para o debate para justificar as nossas posições e, eventualmente, admitir as nossas limitações para mostrar que existe um processo de mudança estratégica do País. Na síntese, o governo Lula é um governo positivo, principalmente comparando com o governo anterior." Genro revelou que irá licenciar-se do ministério, por 10 dias, para participar da campanha eleitoral dos candidatos petistas em seu Estado.

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