
27 de outubro de 2010 | 17h07
Em palestra e entrevista na sede da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira, Tarso confirmou que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social será uma "estrutura de assessoria ao governador" na qual representantes de todos os segmentos vão buscar entendimentos para projetos estratégicos da sociedade. É o caso, por exemplo, da Previdência do Estado, que custa R$ 4 bilhões por ano aos cofres públicos e pode gerar desgaste político a qualquer governante que se dispuser a mudá-la.
"Essa questão será tratada por um grupo temático dentro do conselho", anunciou o governador eleito. "Um tema desse tipo não pode ser decidido entre as partes (governo e funcionalismo), tem reflexo em toda a sociedade, diz respeito ao trabalhador e ao empresário, que pagam impostos e dependem da máquina pública para viver com dignidade", avaliou. "A sociedade vai ter que saber qual é o risco que vai assumir tendo um ou outro remédio ou projeto para essa questão".
O Conselho terá de 55 a 65 participantes, a serem convidados pelo governador. Entre os integrantes estarão empresários, intelectuais, trabalhadores, funcionários públicos e líderes comunitários. Tarso confirmou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também terá assento no grupo, assim como os produtores rurais. "Democracia se faz com todas as vozes, não é ouvindo só um lado que a gente produz decisões democráticas", justificou.
Presidência
Ao comentar a crescente vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre José Serra (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República divulgadas até esta quarta-feira, Tarso previu que a candidata vai obter uma "grande vitória", capaz, inclusive, de superar a grande abstenção esperada para o segundo turno da eleição.
"Toda a estratégia serrista foi desarmada pela informação que circulou no pé de página dos jornais, com repercussão na blogosfera de que a grande conspiração contra Serra era na verdade uma disputa interna do Serra com o Aécio Neves", avaliou. "Isso manchou de legitimidade as demais acusações". Tarso também acredita que Dilma será beneficiada pela popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não parou de crescer ao longo da disputa eleitoral.
Ex-ministro da Justiça, o governador eleito do Rio Grande do Sul admitiu que nem o círculo mais próximo de Lula imaginava que o presidente se aproximaria do final do mandato com apenas 3% de rejeição da sociedade. Referindo-se à aprovação do presidente, comentou: "Em torno de 60% seria uma glória; chegar a 80% é uma aclamação".
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