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Tarso Genro defende 'renovação profunda' do PT

Ex-ministro da Educação e da Justiça afirmou que há 'crise de perspectiva' na esquerda mundial e defendeu que partido faça investigação própria de Vaccari

Por Ricardo Galhardo , Ricardo Della Coletta e Marcelo Portela
Atualização:

Atualizado às 22h06

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Belo Horizonte - O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro afirmou ontem, na reunião do Diretório Nacional do PT que precedeu a festa de 35 anos do partido, que a “refundação” defendida por ele durante o processo do mensalão, revelado em 2005, é “mais atual do que nunca”, mas, desta vez, sob outro nome: “renovação profunda”.

“A necessidade de uma refundação continua mais atual do que nunca. Agora a forma que estamos adotando é ‘renovação profunda’ do PT. Este movimento que é representado pela (corrente) Mensagem ao Partido vai continuar e toma um impulso cada vez maior”, disse o ex-governador petista.

Diferentemente de 2005, quando o movimento estava diretamente relacionado ao mensalão, Tarso diz que, agora, o que impulsiona a necessidade de mudança não é só o esquema de corrupção e desvios na Petrobrás investigado pela Operação Lava Jato, mas uma crise global dos partidos democráticos, em especial os de esquerda.

João Vaccari Neto, tesoureiro do PT,deixaa sede da Polícia Federal em São Paulo Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO.

“Isso não é uma questão relacionada com aqueles fatos que orientaram essa formulação ou os fatos atuais. É que existe uma crise de perspectivas na esquerda mundial e em todo o campo democrático”, afirmou o ex-ministro da Justiça, ressaltando que vai lutar pelas mudanças dentro do partido. “É isso que eu, agora como militante avulso dentro do Diretório Nacional, vou continuar fazendo.”

Lava Jato. Tarso defendeu uma investigação própria do PT sobre o esquema de corrupção na Petrobrás por meio da análise dos autos da Lava Jato. Segundo ele, isso não indica uma posição contrária ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, mas uma chance para reforçar a defesa do tesoureiro. Alvo da nona fase da Lava Jato, deflagrada anteontem, Vaccari Neto foi levado a depor na Polícia Federal e foi defendido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A questão do Vaccari não é nenhuma novidade em nenhuma parte do mundo, em nenhum partido. O partido deve fazer uma investigação direta nos processos e, a partir disso, fazer um juízo”, afirmou. “O próprio Vaccari é o principal interessado nisso. Na formação do juízo vamos poder saber se estão sendo manipuladas provas, informações. No caso do Vaccari, o que existe até agora são meras indicações feitas pela imprensa. Eu quero saber quais são as provas para me posicionar.” 

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