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Tarso é convidado pelo Senado a falar sobre caso

Diretor da Polícia Federal também foi chamado

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Por Vannildo Mendes
Atualização:

Sob cerco da oposição, que acusa o governo de ingerência política na atuação da Polícia Federal, o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da instituição, Luiz Fernando Corrêa, vão ao Senado dar explicações sobre a Operação Castelo de Areia. A investigação desmantelou um suposto esquema de lavagem de dinheiro e financiamento ilegal de campanhas políticas, comandado pela construtora Camargo Corrêa. Requerimento convidando os dois, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), foi aprovado ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Embora não sejam obrigados a comparecer, uma vez que são convidados e não convocados, Tarso e Corrêa informaram por meio da assessoria que estão à disposição do Senado e não terão qualquer constrangimento em falar sobre o assunto. Os dois negam viés político na operação, aberta para investigar crimes financeiros, e alegam que a divulgação de dados relativos a delitos eleitorais precisam ser aprofundados e foram divulgados por iniciativa do juiz e do procurador encarregados do caso, não da PF. A data sugerida para o depoimento é o próximo dia 15 de abril. Conforme as investigações, a Camargo Corrêa teria feito doações ilícitas a partidos, com verba pública desviada de obras superfaturadas, além de ter remetido recursos ilegalmente ao exterior. Quase todos os partidos relacionados pela investigação fazem oposição ao governo. Segundo Jucá, o próprio Tarso lhe telefonou manifestando interesse em ir ao Senado. A oposição, porém, acusa a PF de ter vazado dados de forma seletiva para comprometer partidos adversários e poupar das acusações o PT e aliados. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PA), colocou em dúvida a exclusão do PT, do PV e do PTB do relatório da operação. "A PF tem uma ala independente que atua no interesse do País, mas tem grupos que se prestam ao uso político", criticou. Segundo Tarso Genro, porém, a suspeita de crime eleitoral contra partidos e políticos "é uma questão secundária" que só será objeto de investigação se o Ministério Público e a Justiça Eleitoral determinarem. Antes, afirmou, será preciso checar se realmente ocorreram financiamentos ilegais.

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