Tarso diz que 'espetacularização' da PF será investigada

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Por Vannildo Mendes
Atualização:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, condenou hoje o uso excessivo de grampos em investigações policiais e recomendou que a Polícia Federal fique fora da política. Segundo Tarso, o manual de procedimentos operacionais da PF pune severamente a "espetaculosidade" e os desvios de delegados na condução de inquéritos, será rigorosamente observado em 2009. "Tivemos alguns incidentes nessa fase de adaptação, mas a fiscalização das normas do manual será cada vez mais rigorosa", destacou, durante apresentação do balanço das ações da instituição em 2008. Para o ministro, a PF também não pode confundir o mau costume da política com crime, para que não venha a se tornar uma polícia política. A seu ver, não é papel da polícia "arvorar-se de fiscal dos bons costumes", dizendo o que é ético politicamente ou não. Ele considerou também "um absurdo" basear relatório policial em suspeitas vagas. "A PF não é polícia política e não deve estar preocupada com os movimentos típicos da ação política, como quem indicou tal pessoa de certo partido para tal cargo", afirmou. Tarso disse que a PF precisa ter preocupação obsessiva com a qualidade do inquérito, com foco na prova e criticou o uso excessivo de grampos. "O policial precisa cada vez mais apurar com métodos de investigação, inteligência e menos com grampos", disse. Numa crítica ao que chamou de "espetaculosidade", Tarso disse que a PF entrou numa nova era. "Hoje a PF não faz mais ações como se fosse um espetáculo cinematográfico."

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