Tarso diz que asilo político é 'tradição brasileira'

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Por Elder Ogliari
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O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse hoje em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, que a concessão do refúgio político ao italiano Cesare Battisti, acusado de quatro assassinatos entre os anos de 1978 e 1979, "se alicerça na tradição brasileira de décadas de acolher criminosos políticos ou aqueles que são acusados de cometer crimes políticos, dependendo da situação". Embora ressaltasse que não quer alimentar polêmicas com o senador Francesco Cossiga, cujas ideias diz já ter rebatido na sua decisão, Tarso acabou respondendo às críticas que tem recebido do político italiano nos últimos dias. Segundo o ministro, a manifestação recente de Cossiga, que ressaltou que na Itália o crime político é considerado mais grave que o crime comum, "confirma o juízo fundamental que determinou a concessão do refúgio a Battisti como criminoso político". Tarso citou como exemplos da tradição que se firmou no Brasil os asilos concedidos ao general francês Georges Bidault, aos generais paraguaios Lino Oviedo e Alfredo Stroessner, "que não pode ser tido como bom de coração", e ao ex-chefe do governo português Marcelo Caetano. Também lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já negou a extradição de várias pessoas envolvidas no mesmo ambiente de criminalidade política de Battisti.

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