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Tarso admite PF na investigação do vazamento de dados de FHC

Ministro disse que não vai apurar dossiê porque é um conceito político mas sim o vazamento da Casa Civil

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu nesta sexta-feira, 4, que a Polícia Federal poderá investigar o vazamento de dados sobre gastos feitos pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, desde que isso seja solicitado por alguma autoridade. O ministro disse que havia se posicionado apenas contra a investigação do dossiê, que classificou de "conceito". A ministra Dilma Rousseff voltou à berlinda nesta sexta com a divulgação de que o documento saiu pronto do Planalto, e não foi retirado de um "banco de dados" aleatório, como alegou a Casa Civil.   Veja Também:   Dilma volta à berlinda no caso dossiê FHC e cancela agenda 'Mentira tem perna curta' e Dilma será convocada, diz Virgílio Álvaro Dias diz que tudo foi 'armado' Dossiê com dados do ex-presidente FHC  Entenda a crise dos cartões corporativos  Forúm: Quem ganha e quem perde com a CPI? Oposição vai questionar Dilma sobre dossiê contra FHC em comissão Garibaldi lerá pedido que cria CPI no Senado    Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta sexta revela que uma cópia de arquivo da Casa Civil complica a versão de que o governo tenha feito um "banco de dados" sobre os gastos de FHC e sua mulher Ruth Cardoso entre 1998 e 2002, e um suposto "infiltrado" tenha subtraído esses documentos e vazado as informações. Na Casa Civil, foi criada uma comissão de sindicância para descobrir o "espião".   "O que está sendo investigado na Casa Civil é o vazamento ilegal de documentos que contêm informações reservadas a respeito de outras administrações. Isso é um fato determinado. Dossiê não é fato determinado, é conceito. Se é dossiê ou não, é uma definição política e o ministério da Justiça não emite opinião. A Polícia Federal não investiga conceito", disse o ministro após participar de um evento da Comissão de Anistia na Sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no centro do Rio.   Tarso disse que não cobrou do senador tucano Álvaro Dias a obrigação de nomear a pessoa que lhe deu acesso aos documentos, mas afirmou que o parlamentar poderia colaborar para desvendar "a cadeia" que levaria até a fonte do vazamento. Dias negou diversas vezes ter vazado a informação. Segundo o senador, o dossiê foi distribuído no Congresso pelo Planalto para intimidar os membros da CPI.   O Estado de S. Paulo revelou, em 19 de fevereiro, que o Planalto preparava um dossiê sobre os gastos da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para distribuir a aliados assim que seja instalada a CPI dos Cartões. Um mês depois, reportagem da revista Veja mostrou detalhes do documento, com gastos pessoais do ex-presidente e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso entre 1998 e 2001.   CPI dos Cartões   Cansada da blindagem do governo na CPI mista dos Cartões, a oposição agora pressiona para que seja criada uma comissão apenas no Senado, onde os aliados terão mais dificuldade de ser maioria. O presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou na última quinta que fará a leitura do requerimento para criar a comissão: "Doa a quem doer, custe o que custar, vou ler o requerimento na terça".   Também na última quinta, a oposição  partiu para cima do governo e obteve uma vitória. Por meio de uma manobra, tentou convocar Dilma para depor sobre o suposto dossiê contra FHC. A convocação para a Comissão de Infra-Estrutura  passou, porém Dilma não será obrigada a responder a perguntas que tratem do vazamento, apenas às que tratem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, oposicionistas prometem constranger a ministra, e a sessão deverá ser tumultuada. Dilma tem 30 dias para cumpir a convocação.

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