PUBLICIDADE

Suspensa votação de projeto que muda Código Florestal

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

O presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara, deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), suspendeu hoje a sessão na qual seria votado o projeto de lei que trata de modificações no Código Florestal. A alegação para interromper a reunião foi a falta de quórum, mas tanto o relator do projeto, deputado Marcos Montes (DEM-MG), quanto o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Nilo D''Ávila, que é contrário à proposta, afirmaram que o que ocorreu foi uma manobra do partido para que o documento não fosse apreciado hoje.Alterações no Código Florestal em vigor são negociadas há pelo menos quatro anos na Casa. Esta é a 23ª vez que o tema é levado à pauta. Os ruralistas têm pressa em alterar a legislação porque a partir do dia 11 de dezembro passam a valer as sanções aos produtores que estiverem em desconformidade com a lei.Montes afirmou que soube nos bastidores que a ação do deputado Rocha foi um pedido da liderança do PSDB. Indagado sobre o motivo que teria levado o partido a interromper a sessão, o parlamentar do DEM não soube responder. "Esta é uma pergunta que está me calando também", disse ele, acrescentando que tem conhecimento de deputados da legenda favoráveis ao projeto de alteração. O parlamentar disse ainda que o governo é favorável ao projeto. "Ainda que a ministra Dilma (ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff) não declare isso publicamente, vemos que ela tem uma tendência de estar em linha com o projeto."''Purgatório''Montes afirmou que insistirá em levar a proposta à apreciação dos parlamentares. "Vamos tentar novamente na semana que vem ou em 15 dias, vamos tentar sensibilizar o presidente da comissão." Para D''Ávila, a ação do PSDB hoje encerra a questão. "Acredito que o projeto tende a morrer. Agora ele deve ficar no purgatório", disse. Isso porque, segundo ele, o PSDB tende a equilibrar a apreciação do projeto, que, na opinião do coordenador do Greenpeace, tendia mais para os agricultores e menos para os ambientalistas.Ao contrário da sessão anterior, em que representantes da ONG se algemaram durante a sessão, hoje não foi realizada nenhuma manifestação contra a votação. "Não tínhamos preparado nada porque sabíamos que ia ser mais difícil hoje", disse ele, acrescentando que todos os presentes passaram por revista na entrada da sessão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.