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Suspeito nega participação na morte de portugueses

Por Agencia Estado
Atualização:

Ao deixar a sala onde depôs durante quatro horas, na Superintendência da PF em Teresina, o português Luís Miguel Militão Guerreiro, 31 anos, negou participação na morte dos seis turistas portugueses cujos corpos foram localizados no bar Vela Latina, de sua propriedade, na Praia do Futuro, em Fortaleza. "Os meus amigos nunca deveriam ter vindo para cá", disse Guerreiro, que fez saques seguidos com cartões dos turistas, em Fortaleza. Algemado, ele falou rapidamente aos jornalista, depois de ter gravado uma entrevista para a TV portuguesa. "Eu deve ser punido também, porque não procurei a polícia para denunciar", disse o português, que alega ter feito saques nas contas dos turistas porque foi pressionado pelos cúmplices. O delegado Aírton Franco, que tomou o depoimento de Guerreiro, está convencido de que ele não apenas participou, como é também o principal responsável pelo planejamento do crime. "Um homem que faz saques com cartões de terceiros, durante três dias consecutivos, sabia que os donos desses cartões estavam mortos", afirmou o delegado. Franco informou que Guerreiro poderá ser indiciado por seqüestro, latrocínio (roubo seguido de homicídio), ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Segundo o delegado, o português vai ser transferido para Fortaleza, onde ficará preso na carceragem da PF, por ser estrangeiro. Durante o depoimento prestado em Teresina, Luís Miguel Militão Guerreiro, chorou várias vezes. Ele disse que era amigo de quatro dos seis empresários portugueses que apanhou no aeroporto de Fortaleza, na madrugada de domingo, poucas horas antes de eles serem assassinados e enterrados num buraco de dois metros de profundidade, que depois recebem uma camada de concreto. "No depoimento ele afirmou até que um dos empresários mortos, Joaquim Fernandes Martins, era para ele como um pai", disse o delegado Aírton Franco. Guerreiro agiu junto com dois seguranças de seu sócio Cláudio, identificados apenas como Leonardo e Jurandir. O cunhado do português, Manoel Leandro Cavalcante, também teve participação no crime. Leonardo foi preso à tarde em Fortaleza. Os depoimentos dele e de Guerreiro foram tomados ao mesmo tempo e houve troca de informações entre os policiais do Ceará e do Piauí. O delegado Aírton Franco acredita que Guerreiro e seus cúmplices mataram os empresários poucas horas depois de os pegarem no aeroporto. No depoimento, porém, Guerreiro afirma que não participou da morte dos empresários, a quem se referiu sempre como "amigos". Franco estima que o valor sacado com os cartões roubados dos turistas pode chegar a R$ 100 mil, mas com Guerreiro somente foram encontrados R$ 15 mil, em notas de R$ 50,00. As notas eram tão novas que tinham os números de série em ordem crescente. O bando que matou os turistas também pode ter se apropriado de dólares e escudos que eles traziam.

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