Suspeitas marcam uso da verba desde criação

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Por Luciana Nunes Leal e Denise Madueño
Atualização:

Os oito anos da verba indenizatória, criada em 2001 pelo então presidente da Câmara Aécio Neves (PSDB-MG) - que não quis o desgaste político de aumentar o salário dos parlamentares, mas sofria grande pressão dos colegas -, foram marcados pelo sigilo dos dados e por suspeitas de irregularidades. Embora estejam na internet desde 2004, as informações sobre os gastos se limitam ao valor e a rubricas genéricas. Em 2006, um escândalo envolvendo notas frias de despesas com combustíveis levou o Tribunal de Contas da União (TCU) à suspeita de que mais de cem parlamentares fraudavam a prestação de contas. Não houve punições, mas o então presidente Aldo Rebelo (PC do B-SP) restringiu os gastos com combustíveis a 30% do valor mensal do benefício, hoje equivalente a R$ 4.500. No ano seguinte, as suspeitas recaíram sobre os gastos com "divulgação da atividade parlamentar". Muitos parlamentares usavam o recurso para publicação de panfletos ou compra de espaços em jornais locais, outra prática vetada. A suspeita mais recente surgiu na semana passada, após a renúncia do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) da corregedoria da Casa. Dono de empresas de vigilância, ele gastou a maior parte da verba de 2007 e 2008 com segurança particular. Ele não apresentou ainda nenhuma explicação.

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