Suspeita de morte por dengue hemorrágica em Campinas

Por Agencia Estado
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Uma suspeita de morte por dengue hemorrágica está sendo investigada pela Secretaria Municipal de Saúde de Campinas e Direção Regional de Saúde (DIR) 12, órgão da Secretaria Estadual. A vítima é um rapaz de 23 anos, que tem a identidade preservada. Ele contraiu dengue no bairro Campo Belo, a região mais afetada na epidemia deste ano, com aproximadamente 500 casos autóctones (contraídos no local) confirmados. O jovem foi atendido três vezes na rede pública de saúde antes de morrer, em 28 do mês passado. No dia 21 procurou atendimento no Centro de Saúde do Jardim São Domingos. Três dias depois, esteve no Pronto Socorro do bairro São José. Nos dois casos, foi medicado e liberado. Já com sintomas de dengue hemorrágica, o rapaz internou-se no Hospital Mário Gatti em 27 de maio e morreu no dia seguinte. Ele trabalhava como coletor de lixo e não tinha histórico anterior de dengue. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que está confirmado que a vítima havia contraído dengue. Só não está claro se sua morte foi provocada pela versão hemorrágica da doença. Antes, conforme a assessoria, é preciso descartar a possibilidade de o óbito ter ocorrido em conseqüência de febre maculosa ou leptospirose. De acordo com a DIR 12, o resultado dos exames médicos feitos na vítima deverá ser divulgado na próxima semana. Se for confirmado, será o segundo caso de morte por dengue hemorrágica no Estado de São Paulo. O primeiro ocorreu em Praia Grande, no litoral. Em Campinas, o mais recente registro de morte por dengue hemorrágica é de 2000, com o óbito de uma mulher. O diretor da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do Estado de São Paulo, Luiz Jacinto Silva, disse que apesar da suspeita, o número de casos vem diminuindo gradativamente na cidade. "Dengue não é um relógio, não é possível prever como a doença se comportará. Enquanto houver o mosquito é preciso trabalhar muito para manter a dengue sob controle", apontou. No bairro onde o rapaz morava, foram registrados casos de dengue provocados pelos sorotipos 1 e 3, descoberto pela primeira vez na cidade. Segundo a Secretaria, pelo menos 100 pacientes apresentaram quadros de maior gravidade, inclusive indicando a forma hemorrágica da doença. Mas apenas três foram confirmados, e todos evoluíram para a cura. Desde o início deste ano, Campinas registrou 1.325 casos de dengue, sendo 1.126 autóctones, 170 importados e 29 ainda em investigação. Os coeficientes de incidência são de 136,93 casos por grupo de 100 mil habitantes, se levado em conta o total dos registros, e 112,83 por 100 mil habitantes contando apenas os autóctones. Pelo menos 8,1 mil suspeitas foram investigadas este ano na cidade. No ano passado, foram 514 casos autóctones e 92 importados e, em 2000, respectivamente, 38, 23 e um óbito. A epidemia de 2002 é a maior registrada em Campinas nas duas últimas décadas. Ela superou a de 1998, com 1.126 casos autóctones e 170 importados.

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