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Supremo nega trocar relator do processo contra Cunha no Conselho de Ética

De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, não há, no pedido, uma questão constitucional em que a Corte possa interferir

Foto do author Beatriz Bulla
Por Gustavo Aguiar e Beatriz Bulla
Atualização:
Deputado Federal Fausto Pinato (PRB - SP), relator do processo contra o Presidente da Câmara Eduardo Cunha no Conselho de Ética Foto: André Dusek|Estadão

Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou nesta terça-feira, 8, o pedido de substituição do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) na relatoria do processo de cassação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa. O pedido foi feito pelo próprio Cunha, em um recurso protocolado hoje no Supremo.

De acordo com o ministro, não há, no pedido, uma questão constitucional em que a Corte possa interferir. "No caso aqui examinado, a alegação do impetrante é de que o relator do processo integraria o mesmo bloco parlamentar que ele. Não há questão constitucional envolvida, nem tampouco se cuida de proteger direito da minoria ou condições de funcionamento do regime democrático". O ministro afirma que a questão deve, em princípio, ser resolvida pela própria instância parlamentar, sem intervenção do Judiciário.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha Foto: André Dusek|Estadão

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No pedido, o presidente da Câmara alegou que a manutenção de Pinato no cargo de relator do processo feria o regimento interno da Casa. De acordo com Cunha, as regras da Câmara impedem que o relator e o deputado alvo de processo de cassação façam parte do mesmo bloco partidário, como é o caso do peemedebista e de Pinato.

"É inegável que a continuidade do processo com esse relator, mantido pela autoridade coatora, causa prejuízo irreparável e irreversível ao impetrante (Cunha), vez que a futura decisão por relator que poderá, posteriormente, ser considerado suspeito, terá efeitos devastadores", escreve no recurso o advogado Marcelo Nobre.

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