BRASÍLIA - O senador Pastor Bel (PRTB-MA), suplente do senador Edison Lobão (PMDB-MA), afirmou nesta terça-feira, 6, que alguns parlamentares "deveriam estar presos". Acompanhado de Levy Fidelix, pré-candidato à presidência pelo seu partido, ele reclamou que, desde que assumiu o cargo, em dezembro, pediu ajuda a diversos ministérios e não conseguiu liberação de recursos para o Maranhão. "Os ladrões estão aí", declarou.
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"Eu deixo aqui a minha revolta com o Senado e com o Brasil. Estou muito revoltado com esta Casa, porque a gente não consegue nada. Eu espero que o senhor (Levy Fidelix) seja eleito presidente da República", afirmou. "Você tem o meu apoio, porque a gente vê, andando nos corredores deste Senado, pessoas que não têm um pingo de caráter, nem vergonha na cara. Deveriam estar na cadeia, deveriam estar presos."
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Ele disse que está muito "preocupado" e "revoltado" por não ter conseguido "nada" para seu Estado desde que se tornou senador e que, por ele, já teria entregado o cargo.
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"Por mim, já tinha entregado este negócio aqui, porque a gente vem lutando, eu tenho batido na porta dos ministérios, de todos os ministérios, para ver se consigo algum recurso para o meu Estado. Não consegui até agora nem uma bicicleta para levar para o meu Estado."
Na tribuna, Bel também contou que foi assaltado ao chegar nesta terça ao aeroporto de Brasília. "Quando bati a mão no meu bolso: roubaram minha bolsa. E fiquei ali, que País é este em que nós estamos?", questionou.
Ele disse que, após procurar a Polícia Federal, encontrou a bolsa no banheiro, mas sem o dinheiro. "Graças a Deus não levaram a minha vida."
O senador aproveitou o episódio para dizer que o Brasil está passando por uma crise e que é preciso haver uma preocupação maior com segurança pública.
Apesar das críticas, ele disse que alguns senadores "têm vergonha" e chegou a defender Lobão, que responde a inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Bel afirmou que o emedebista é como um pai para ele.
O senador José Medeiros (PODE-MT) questionou quem seriam os ladrões mencionados por Bel. "Vossa Excelência sabe muito bem quem são", respondeu. "Eu não, se o senhor sabe, deve representar contra eles no Conselho de Ética da Casa", retrucou Medeiros.
Licença
Para assumir o cargo por quatro meses, o pastor receberá dois salários extras, no valor de quase R$ 70 mil, como ajuda de custo no início e final do mandato, além do subsídio pago mensalmente e dos benefícios.
No final do ano passado, Lobão pediu licença perto do recesso parlamentar após apresentar atestado médico. Ele pediu afastamento em período de baixa produtividade na Casa, entre dezembro e março, mas estendeu o afastamento por mais um mês para poder convocar o suplente alegando motivos pessoais. São necessários pelo menos 120 dias de licença para que o suplente seja chamado.