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Suíça pede mais dados para poder investigar Maluf

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo suíço solicita informações adicionais do Brasil para abrir uma investigação contra o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB). Em carta enviada nesta terça-feira a Brasília, o Departamento de Justiça da Suíça alerta que o pedido feito pelo Brasil na semana passada para que uma investigação fosse iniciada contra Maluf não poderá ser atendida até que sejam enviadas mais provas contra o ex-prefeito de São Paulo. "O que recebemos do Brasil foi insuficiente para que uma cooperação judicial pudesse ocorrer entre os dois países", afirmou o porta-voz do Departamento de Justiça da Suíça, Folco Galli. O pedido de informações adicionais, porém, não significa que o governo suíço se recuse a ajudar o Brasil na investigação das contas de Maluf. "O pedido de novas informações faz parte do processo", afirmou um funcionário do governo suíço. O ex-prefeito teria mantido uma conta na agência do Citibank de Genebra entre 1985 e 1997. Segundo relatório encaminhado em agosto pelo Bundesamt Für Polizeiwsen - a polícia financeira da Suíça - ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda, Maluf manteve entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões no Citibank, depositados em nome da empresa Blue Diamond, que depois teria seu nome trocado para Red Ruby. Em 1997, no mesmo ano da adoção de novas leis financeiras na Suíça que tentavam evitar a lavagem de dinheiro, Maluf teria transferido os ativos para o Citibank de Jersey, no Canal da Mancha. A transferência teria ocorrido no dia 9 de janeiro de 1997, apenas oito dias depois de ele encerrar seu mandato na Prefeitura de São Paulo. Para que uma investigação seja aberta na Suíça, o Brasil deve indicar a Berna os supostos crimes que Maluf teria praticado no País. Além disso, o ato ilegal deve também ser considerado um crime pelas autoridades suíças, como o caso de fraude e corrupção. Berna, porém, alerta que não irá cooperar com o Brasil se o argumento usado pelo País for evasão fiscal, já que a prática não é classificada como crime na Suíça. Caso Berna aceite o pedido brasileiro de cooperação judicial, o processo será encaminhado para o procurador do Cantão de Genebra, Jean-Louis Crochet, que já possui um dossiê sobre Maluf - um levantamento da movimentação bancária do ex-prefeito na Suíça. As informações foram obtidas em pré-investigação feita pelos suíços ao suspeitarem que Maluf estaria lavando dinheiro nos bancos locais. O Ministério Público do Estado de São Paulo tem prazo até o final deste ano para apresentar denúncia contra Maluf neste caso - as supostas contas do ex-prefeito e de familiares dele no exterior. Se a denúncia não estiver solidamente comprovada, não será aceita pela Justiça, e as investigações serão encerradas. O promotor da Cidadania, Silvio Antônio Marques, admitiu, nesta terça-feira, que as provas que o Ministério Público têm em mãos ainda não são "definitivas". "Provas cabais seriam os extratos dos depósitos bancários, que é o que esperamos das autoridades suíças", afirmou.

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