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Sudam: empresário tem sigilo quebrado

Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Vicente de Paula Pedrosa da Silva, apontado pela revista IstoÉ como intermediário da venda de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) de uma fazenda inexistente no Pará, teve seu sigilo bancário quebrado pela Justiça Federal. Há dois anos, ele vem sendo investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de fraudes em projetos da extinta Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Pedrosa, segundo a revista, seria um negociador do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), e teria usado documentos falsos para justificar as aplicações dos financiamentos públicos. Durante a semana, a Receita e o Ministério Público Federal irão analisar as informações bancárias do empresário. Também foram quebrados os sigilos de sua mulher, seu filho e de três empresas das quais ele é sócio. "Narram os elementos, até aqui obtidos, um quadro indiciador da utilização de documentos falsos, simulações dolosas e inversões incorretas de recursos incentivados, os quais deveriam ter revertido em atividade produtiva", justifica o Ministério Público Federal, em seu pedido, acatado pela Justiça Federal. Vicente de Paula é sócio majoritário das empresas Frango Norte Agroindustrial, Agropecuária Hakone e Fazenda Agropastoril São Pedro, todas localizadas em Igarapé-Açu (PA). Segundo as investigações feitas pelos procuradores federais no Pará, todas elas receberam em torno de R$ 23 milhões da Sudam para a construção e implantação do projeto de criação e corte de aves. "A análise apurada dos documentos permite identificar a reiterada utilização de notas fiscais frias, emitidas por firmas inexistentes ou sem movimentação comercial há anos ou, ainda, falsificação pura e simples de notas fiscais referentes a empresas que não existem, que, todavia, nunca mantiveram relação comercial", informa um relatório sobre o caso, ao qual o Estado teve acesso exclusivo. Segundo o documento, as notas fiscais seriam utilizadas para justificar a pretensa aplicação das verbas federais pelas empresas comandadas por Vicente, habilitando seus empreendimentos para receber outras parcelas posteriores do financiamento. "Além das fraudes detectadas, comum é a verificação de superfaturamento nos serviços contratados junto a terceiros", alerta o relatório da investigação.

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