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Sucessão de Furlan e Tarso é novo nó da reforma

Atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, aparecia como sucessor de Tarso, mas seu nome também passou a ser cogitado para pasta de Desenvolvimento

Por Agencia Estado
Atualização:

Com o anúncio nesta quinta-feira de mais alguns nomes de ministros, o nó da reforma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui semana que vem está na sucessão de Luiz Fernando Furlan, no Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e de Tarso Genro, nas Relações Institucionais. Inicialmente, o atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, aparecia como sucessor de Tarso, mas com a saída de Furlan, do Desenvolvimento, o nome dele também passou a ser cogitado para esta pasta. "Estou virando uma espécie de curinga no noticiário, mas ainda não recebi nenhuma informação do presidente sobre qual será o meu lugar", afirmou o ministro a jornalistas. A possível nomeação de Mares Guia para o Desenvolvimento agrada o PT, que gostaria de manter a articulação política do governo, representada pelo Ministério das Relações Institucionais. Para o Desenvolvimento, Lula cogitou o empresário Jorge Gerdau Johanpetter, da Gerdau, e o executivo Maurício Botelho, da Embraer, mas as sondagens não prosperaram segundo fontes do Planalto. O presidente passou, então, a analisar a hipótese de o cargo ser ocupado por Mares Guia, empresário do setor de Educação e que também já foi um dos principais produtores de insulina no Brasil. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) chegou a dizer a jornalistas ter ouvido do ministro Tarso Genro que "a próxima reunião do Conselho já vai ser coordenada pelo Walfrido". Nenhum outro líder ou presidente de partido aliado ao governo confirmou a informação de Miro. Mais tarde, o próprio líder do PDT voltou atrás e disse não ter mais certeza quanto à indicação que teria ouvido de Tarso. Qualquer que seja o destino de Mares Guia, o Ministério do Turismo estará aberto à ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que está disposta a aceitar o cargo e aguarda um convite oficial de Lula. O PT também ficará com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. A corrente petista de esquerda Democracia Socialista, que já ocupa a pasta desde 2003, apresentou quatro nomes ao presidente: o atual ministro, Guilherme Cassel, Joaquim Soriano, secretário-geral do PT, Miguel Rossetto, que já ocupou a pasta, e o deputado Walter Pinheiro (PT-BA). Lula prometeu concluir a reforma ministerial apenas na próxima semana, mas avalia que a base parlamentar do governo está consolidada. "O presidente garantiu que a reforma será concluída no fim da semana que vem", afirmou José Múcio Monteiro, líder do governo na Câmara. Múcio distribuiu uma nota do Palácio do Planalto que afirma que a base parlamentar, agora "consolidada", atuará para aprovar projetos relevantes ao País, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Balbinotti tomará posse na próxima quinta-feira. Apenas três ministros assumirão o cargo nessa sexta-feira: Tarso Genro, na Justiça; Geddel Vieira Lima, na Integração Nacional, e José Gomes Temporão, na Saúde. Nem todos os presidentes e líderes de partidos que participaram do encontro saíram satisfeitos. O PSB deseja uma secretaria de Portos e Aeroportos, que não está confirmada. O governo resiste em tirar a Infraero do controle do Ministério da Defesa, o que reduziria a secretaria apenas aos portos, mas nem essa mudança é segura. O PSB se reúne ainda esta tarde para discutir o assunto, mas já comunicou a interlocutores do presidente que uma pasta "pela metade" não contentaria o partido, que já conta com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Para o PTB, o caso Mares Guia também é um assunto pendente. A legenda deseja ficar com o Ministério das Relações Institucionais e diz publicamente que não aceita o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

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