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Subsídio favoreceu governadores

Por Daniel Bramatti
Atualização:

Um dos argumentos dos governadores em defesa da renegociação de dívidas é a possibilidade de os Estados passarem a subsidiar o governo federal. Isso acontecerá se os juros pagos pelos Estados (em geral, de 6% ao ano) ficarem abaixo do que o governo paga ao mercado para captar dinheiro - algo próximo da taxa Selic, que caminha para ficar abaixo de 6% em termos reais (descontada a expectativa de inflação). O que os governadores não citam é o que aconteceu desde 1997, período em que a União é que bancou o subsídio - recebia juros muito menores do que a Selic. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que, em 10 anos, esse subsídio chegou a R$ 106 bilhões. Os acordos fechados pela equipe do então ministro da Fazenda, Pedro Malan, federalizaram as dívidas - ou seja, quem havia emprestado para os Estados passou a ser credor da União. E os Estados parcelaram em 30 anos o débito com o governo federal. O estoque das dívidas passou a ser corrigido, na maioria dos casos, por juros de 6% ao ano, mais a variação da inflação medida pelo IGP-DI. No final de 2007, essa correção era próxima de 13,5% ao ano. Na mesma época, os juros reais estavam acima de 30%.

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