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STJ vai aumentar investigações sobre Vicente Leal

Por Agencia Estado
Atualização:

A comissão de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) encarregada de apurar suspeitas de envolvimento do colega ministro Vicente Leal com um suposto esquema de venda de habeas-corpus para narcotraficantes decidiu nesta quarta-feira intensificar as investigações. Os ministros Sálvio de Figueiredo Teixeira, presidente da comissão, Ruy Rosado e Peçanha Martins pediram à Polícia Federal que encaminhe uma cópia do inquérito sobre a atuação do traficante Leonardo Dias Mendonça, o Léo. Existem escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, nas quais há referências a integrantes do Poder Judiciário e ao deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE), suspeito de comandar o esquema. A comissão tem uma reunião marcada para as 16h30 desta quinta-feira com o delegado federal José Alberto Maciel Costa. Os ministros também determinaram a realização de um levantamento dos pedidos de habeas-corpus decididos por Vicente Leal nos últimos dois anos. O trabalho vai prosseguir em janeiro, quando os magistrados entram em recesso. Os três ministros decidiram requisitar informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República, que, no momento, analisam o caso pelo ângulo penal. Em entrevista a jornalistas, no fim da tarde desta quarta, Figueiredo revelou que Vicente Leal encaminhou um ofício ao presidente do STJ, Nilson Naves, colocando à disposição seus dados bancários. Mas, segundo o ministro Nilson Naves, Leal não fez referência às informações bancárias de parentes e assessores. Figueiredo defendeu a realização das investigações como forma de dar uma satisfação à sociedade e ao próprio tribunal. O ministro disse que, se durante as investigações for considerado necessário, a comissão poderá sugerir o afastamento de Vicente Leal de suas funções. Mas, segundo ele, isso não está sendo cogitado no momento. Se ficar comprovada a participação do ministro em irregularidades, o STJ poderá determinar o afastamento de Vicente Leal. Com a decisão do STJ, já são três as investigações que serão levadas a efeito depois da divulgação do suposto envolvimento de magistrados no esquema de liberação de habeas-corpus. Antes do tribunal, o STF e o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região haviam determinado a apuração dos fatos, já que o desembargador federal Eustáquio Silveira e sua mulher, a juíza Vera Carla, figuravam como suspeitos de integrar o grupo liderado por Landim. O próprio Silveira foi quem pediu as investigações. Ele é pai do estudante de Direito Igor Silveira, que, segundo as escutas feitas pela PF, é o intermediador do deputado federal junto aos tribunais de Brasília. Igor aparece conversando sobre o andamento de processos e faz referências a alguns nos quais Mendonça está envolvido. O tráfico e suas conexões

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