STF ouve testemunhas de defesa de Cunha em caso de navios-sonda da Petrobrás

Câmara dos Deputados decidirá na próxima semana pela cassação do deputado afastado do PMDB

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIA - Às vésperas da Câmara dos Deputados decidir pela cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir nesta terça-feira, 30, testemunhas de defesa do réu, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por um suposto esquema de dinheiro desviado na compra de navios-sonda da Petrobras.

Pela manhã, um juiz instrutor do gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da ação penal, ouviu o deputado Pedro Pinheiro Chavez (PMDB-GO). À tarde, são esperados os deputados Manoel Alves da Silva Junior (PMDB-PB) e Carlos Henrique Sampaio (PMDB-SP).

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: Dida Sampaio|Estadão

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Em março deste ano, o STF aceitou a primeira denúncia contra Cunha, por suposto recebimento de propina pela venda de navios-sonda da Petrobrás. A estatal alega que o deputado afastado enriqueceu com recursos “oriundos da sangria” de corrupção instalada na empresa.

“Não vou fugir da verdade”, disse ao Broadcast Político o deputado Manoel da Silva Junior, enquanto aguarda a oitiva. “Vou colaborar no que for possível dentro daquilo que for indagado”, completou.

Nesta quarta, está prevista a oitiva de mais cinco deputados federais: Flaviano Baptista de Melo (PMDB-AC), Washington Reis de Oliveira (PMDB-RJ), Hugo Motta (PMDB-PB), Fernando Jordão (PMDB-RJ) e José Saraiva Felipe (PMDB-MG). Ao todo, 17 testemunhas de defesa deverão ser ouvidas no STF até esta quarta.

Propina. O ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró afirmou ao juiz federal Sérgio Moro que Eduardo Cunha “apoiou”o lobista Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, no recebimento de parte de uma propina relativa à contratação de uma segunda sonda da Petrobrás.

Em junho, o STF transformou Eduardo Cunha, pela segunda vez, em réu da Operação Lava Jato. Os 11 ministros da Corte entenderam, por unanimidade, que há elementos suficientes para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que o peemedebista manteve contas secretas na Suíça abastecidas com dinheiro desviado de contratos da Petrobrás.

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