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STF define se Teori Zavascki fica com todos os casos da Lava Jato

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Por Beatriz Bulla
Atualização:

Brasília - A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal discute nesta terça-feira, 22, se o ministro Teori Zavascki precisa ser o relator de todos os casos em que há conexão com a Operação Lava Jato. Os ministros vão analisar trecho de investigação que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Para Zavascki, não há relação entre as apurações encaminhadas ao Ttibunal sobre a petista e o esquema de corrupção na Petrobrás. Por isso, o caso foi redistribuído ao gabinete do ministro Dias Toffoli, que pautou para a sessão de hoje a discussão.

A Procuradoria-Geral da República recorreu da decisão de enviar o caso a Toffoli, sob argumento de que os indícios contra a senadora foram descobertos em "desdobramento natural" das investigações na Lava Jato e há "possíveis ligações com outros fatos apurados no âmbito da referida investigação". A decisão da 2ª Turma pode nortear todos os desdobramentos na Lava Jato no tribunal ao definir se investigações paralelas ao esquema de corrupção na Petrobrás devem ou não ser mantidas no gabinete de Teori.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) Foto: Pedro França/Agência Senado

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O temor de investigadores do Paraná é de que a decisão abra brecha para um questionamento sobre a competência do juiz Sérgio Moro, que conduz a operação no Paraná e concentra até hoje todos os casos que surgiram como desdobramento da Lava Jato. 

Relatório. Apesar de já ser classificada como "inquérito" no sistema do Supremo, ainda não há confirmação sobre a autorização de Toffoli para abrir o caso e dar início à investigação relativa a Gleisi. A possível nova apuração sobre a senadora se fundamenta em um relatório enviado pelo juiz Sérgio Moro ao STF com indicações de que Gleisi seria beneficiária de parte de valores que transitaram pelo "Fundo Consist", empresa envolvida em desvios de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento. Os documentos surgiram após a deflagração da 18ª fase da Lava Jato, a Pixuleco 2, que chegou ao ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho.

De acordo com a Procuradoria, o caso envolve "muitos dos mesmos operadores" da Lava Jato, especialmente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Milton Pascowitch. "Há a demonstração de um liame mínimo de conexão dos pagamentos dos valores envolvendo as propinas da Petrobrás 'administradas' por João Vaccari e estas envolvendo a Consist", escreveu a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao Supremo. 

Além da definição sobre a competência para tocar o caso, a 2ª Turma discute ainda o desmembramento da investigação. A Procuradoria ofereceu denúncia contra Romano, mas pediu que o caso seja encaminhado ao Paraná - já que o ex-vereador não possui foro privilegiado. Só os trechos relativos a Gleisi permaneceriam no Supremo, segundo o pleito da Procuradoria. O marido da senadora, ex-ministro Paulo Bernando (Comunicações e Planejamento), também é mencionado no relatório que chegou ao Supremo.

A 2ª Turma é composta por Toffoli, Zavascki, além dos ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Celso de Mello - este último reúne em seu gabinete dois casos que surgiram como desdobramento da Lava Jato. Pedidos de investigação relativos ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) foram encaminhados a Celso de Mello por falta de conexão com a Lava Jato, apesar de serem fundamentados em delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Nestes casos, tanto a Procuradoria como Zavascki apontaram que não há relação entre as apurações e o esquema de corrupção na Petrobrás.

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