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STF adia decisão sobre liberdade de Daniel Dantas e sua irmã

Mendes pediu mais informações à Justiça de São Paulo, mas permitiu aos advogados o acesso ao inquérito

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Por Redação
Atualização:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, pediu mais informações e adiou a decisão sobre liberdade do sócio-fundador do Opportunity, Daniel Dantas, e de sua irmã, Verônica, presos na última terça-feira pela Polícia Federal na Operação Satiagraha. Mendes, porém, atendeu a uma parte do pedido feito pelos advogados de Dantas para que tenham acesso aos autos do inquérito. Na decisão, o presidente do STF pede informações à Justiça de São Paulo sobre as razões do pedido de prisão.   Gilmar determinou que o juiz da 6ª Vara encaminhe cópia da decisão que decretou a prisão temporária de Daniel e Verônica, as correspondentes medidas de busca e apreensão, e preste as informações que entender pertinentes. Também foram presos na mesma operação, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas e mais 14 pessoas. Dantas se antecipou à prisão e protocolou o pedido no mês passado, em caráter preventivo, diante do noticiário de que poderia ser alvo de uma operação da PF. Nesta terça, com a prisão, os advogados solicitaram pressa ao STF na apreciação do pedido.   Veja também: Não há mais 'intocáveis' no Brasil, diz Tarso sobre ação da PF PF abre sindicância sobre suspeita de excessos na Satiagraha Leia a íntegra da decisão  Imagens da Operação Satiagraha Dirceu condena 'espetacularização' da PF Opine sobre a prisão de Dantas, Nahas e Pitta  Entenda como funcionava o esquema criminoso  Mulher de Dantas era 'laranja', aponta Coaf PF prende Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta Dantas ofereceu suborno de US$ 1 milhão para escapar da prisão, diz MP Entenda o nome da Operação Satiagraha, que prendeu Dantas Os 40 do mensalão   Relatado pelo ministro Eros Grau, o pedido será julgado por Mendes em razão do recesso do STF. Ele está de plantão. Na terça-feira, o presidente do STF criticou a Operação Satiagraha. "De novo, é um quadro de 'espetacularização' das prisões. Isso é evidente e dificilmente compatível com o Estado de Direito", declarou.   Os presos são suspeitos de participar de esquema de desvio de recursos públicos, corrupção, fraude no mercado de ações, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A Operação Satiagraha mobilizou 300 agentes federais e foi desencadeada às 5h30 em São Paulo, Rio, Bahia e no Distrito Federal para o cumprimento de 24 ordens de prisão e 56 mandados de busca e apreensão. O esquema teria movimentado US$ 1,9 bilhão ilicitamente.   Segundo a PF, Dantas e Nahas eram os "capos" de duas organizações criminosas que atuavam separadamente e há pelo menos três anos se uniram para promover desfalques no erário, remessas ilegais para paraísos fiscais, concessão de empréstimos vedados e uso indevido de informação privilegiada. "As duas organizações envolvem uma engenharia financeira que pouco se viu", declarou disse o procurador da República Rodrigo de Grandis. "Criaram um fundo vinculado às Ilhas Cayman para investimentos de residentes no Brasil e no exterior sem comunicação à Receita e ao Banco Central, o que caracteriza evasão de divisas e fraude."   A origem da ofensiva é o mensalão - suposta compra de apoio ao governo no Congresso. A procuradoria em São Paulo recebeu papéis sobre pessoas sem foro privilegiado. Foram identificados depósitos da Telemig e da Amazônia Celular, que têm participação financeira e societária de Dantas, em contas de Marcos Valério, acusado de operar o mensalão. Segundo a PF, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, envolvido com o mensalão, mantém ligações com Nahas e Dantas. A Justiça autorizou acesso aos dados sobre as ações do Opportunity, extraídos de um disco rígido do servidor de rede do banco que a PF apreendeu em 2004 na Operação Chacal.   (Com informações de Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo; colaboraram Fausto Macedo, Marcelo Godoy, Rodrigo Pereira e Roberto Almeida, de O Estado de S. Paulo)

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