16 de março de 2010 | 20h58
As fortes críticas do deputado estadual Stephanes Junior (PMDB) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao PT e à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, alimentaram o fogo amigo peemedebista contra o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que está de saída da Esplanada.
Assista ao discurso de Stephanes Junior
"Ou ele reprime publicamente e rompe com o filho ou não tem condições de ser ministro", afirmou nesta terça-feira, 16, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Estou solidário com o PT. O filho de Stephanes partiu para a agressão gratuita e desnecessária". Na mesma linha, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que as estocadas "destoam do pensamento e da conduta do partido em relação ao governo Lula e ao PT".
No último dia 1.º, Stephanes Junior ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná para fazer um discurso recheado de ataques ao governo Lula. Disse que o PT é "coisa do diabo, que não serve para nada" e chamou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de "bandido", ao lembrar o escândalo do mensalão, de 2005.
O deputado criticou, ainda, a escolha de Dilma como candidata do PT à sucessão de Lula. "Como (o PT) pode indicar uma pessoa que assaltava bancos?", perguntou ele, numa referência ao passado de guerrilheira da ministra.
Filiado ao PMDB, que apoia a candidatura de Dilma, o ministro da Agricultura deixará o cargo no dia 1.º de abril para se candidatar a deputado federal e está numa queda-de-braço com seu próprio partido. Motivo: quer emplacar na cadeira o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, mas o PMDB reivindica a vaga para o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi. Até agora não há solução para o imbróglio. Stephanes não se pronunciou sobre as críticas do filho.
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