SP deve ter ação emergencial contra desemprego

Serra não revela as medidas em estudo, mas avisa que foco será capital e Grande São Paulo

Por Julia Duailibi e Silvia Amorim
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem que o governo estadual deverá tomar medidas "emergenciais" para amenizar o impacto da crise econômica no emprego. "Provavelmente, nós vamos ter de preparar programas de emprego de emergência, se a onda de desemprego tiver o volume que está parecendo ter", declarou o tucano, durante cerimônia em que o ex-governador Geraldo Alckmin assumiu a Secretaria de Desenvolvimento. De acordo com o governador, deverão ser preparados programas de geração de emprego focados prioritariamente na capital paulista e na região da Grande São Paulo. "São usualmente as vítimas maiores das ondas de desemprego e retração econômica", justificou. A crise econômica acendeu a luz vermelha na equipe econômica do governo Serra. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em dezembro houve redução de 130 mil postos de trabalho na indústria paulista. "Em breve, vamos lançar o Observatório do Emprego. Será uma ressonância magnética com contrastes dos dados do Caged", declarou Guilherme Afif Domingos, secretário do Trabalho, referindo-se ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. "Nossa linha de atuação partirá dele. Vamos transformar informações fundamentais para embasar as políticas de emprego e no momento da tempestade." CRÉDITO No discurso, o governador falou sobre as iniciativas para fomentar a criação de postos de trabalho, mas disse que ações mais diretas terão de ser pensadas. Em dezembro, o Estado já havia lançado uma linha de crédito de R$ 1,2 bilhão e medidas tributárias para tentar manter a economia aquecida. "Temos muitas iniciativas nesse sentido. O Emprega São Paulo é um programa de aproximação de oferta e demanda. Vamos pensar também numa ação mais direta, que já existe, e vamos ampliá-la", declarou. O Emprega São Paulo receberá mais recursos de investimento para divulgação neste ano. O objetivo é que o cadastro chegue a 5 milhões de pessoas em 2009. Hoje são 583 mil trabalhadores cadastrados. Serra, no entanto, não especificou quais serão as medidas, mas adiantou que postos de trabalho podem ser gerados em obras públicas e em investimentos de utilidade social. Observado por Alckmin, Serra pediu ao ex-governador que trabalhasse em conjunto com os demais secretários da área econômica. Alckmin será um dos principais nomes do governo, já que comandará, entre outros setores, a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. O governo paulista não é o único que tem dado sinais de preocupação com a crise. Segundo levantamento do Estado, nove Estados já cortaram ou contingenciaram os seus Orçamentos deste ano. Um dos reflexos mais diretos da crise financeira é a queda do ICMS, um tributo que é vital para o caixa dos governadores. PRÉ-SAL Ainda em seu discurso, o governador citou ainda o petróleo do pré-sal. "Estamos nos preparando para a onda do petróleo", disse. E afirmou que, se não houver planejamento no setor, "a prosperidade vira atraso".

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