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"Sou vítima de denuncismo desumano", diz carta de Jader

Por Agencia Estado
Atualização:

Na carta em que solicitou, nesta sexta-feira, licença de 60 dias da Presidência do Senado, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) afirmou que há 15 meses vem sendo "vítima de um denuncismo desumano" e que todas as denúncias contra ele "remontam a períodos anteriores ao (seu) mandato de senador da República". Com isso, ele sinaliza que o Conselho de Ética do Senado não poderia investigá-lo, uma vez que existe um parecer do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), segundo o qual o conselho não trata de denúncias anteriores ao mandato. Ao justificar seu pedido de licença, Jader afirmou que, com essa decisão, tenta evitar prejuízos à normalidade do Congresso. "Como democrata, solicito a licença, fundamentalmente para evitar que a normalidade legislativa venha a ser afetada. Também não se poderá argüir, posteriormente, o uso do cargo para obstrução à Justiça. Reitero meu desejo de que tudo fique esclarecido", salientou. No documento de duas páginas e meia, Jader Barbalho citou, entre acusações que pesam contra ele, o desvio de recursos do Banpará, venda ilegal de títulos da dívida agrária e a liberação de verbas da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para a construção de um ranário de propriedade de sua mulher Márcia Centeno. "Os regentes atiram as pedras e escondem as mãos. Nada, absolutamente nada, vem embasado em provas. São expedientes recorrentes, como os seriados, que parecem não ter fim", afirma Jader, na carta cuja redação foi concluída na madrugada desta sexta. Desde esta quinta-feira, o senador já tinha avisado que faria um documento de defesa, ressaltando o seu desejo de que tudo seja esclarecido. "Desejo a apuração cabal e completa pela Justiça do meu país. Se aprendemos com o passado, não podemos recair em erros de sentenças arbitrárias", disse. Jader afirma que o "denuncismo" não conseguiu arrefecer seu ânimo "robustecido pela crença em Deus". Disse que "inúmeras vezes", foi à tribuna do Senado, onde leu e comentou documentos que "demonstravam a improcedência das acusações". Ao tomar esta iniciativa que ele destacou ser inédita no parlamento brasileiro, disse estar "movido pelo profundo respeito ao Senado Federal". "Saliento que, nas democracias, o ônus da prova deveria ficar a cargo dos meus detratores, no entanto, como não podem e não querem provar, mas tão somente caluniar, provarei, como já venho fazendo, a completa improcedência de cada uma das acusações", disse. "Certamente, no foro competente, exercerei o direito do contraditório e da defesa, constitucionalmente assegurado a todo brasileiro, o que não tem sido permitido nesta farsa orquestrada para me atingir".

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