"Sou caboclo do Pará duro na queda"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Senado Jader Barbalho não pensa, pelo menos por enquanto, em licenciar-se ou renunciar ao cargo que ocupa. Em conversa com parentes, nesta quarta-feira pela manhã em Belém, ele teria admitido tratar do assunto somente depois de retornar a Brasília, no final do recesso parlamentar. Jader teria evitado evitado pronunciar a palavra renúncia. E afirmado: "Sou um caboclo do Pará duro na queda". Jader, segundo parentes seus, reconhece a "pressão violenta de todos os lados" para que ele se licencie do Senado. Mas afirma que seus adversários políticos e as "viúvas de ACM" não irão ter esse "gostinho" tão cedo como imaginam. Aos familiares e amigos que privam de sua intimidade, o senador tem dito que ainda possui alguns trunfos para "desnortear" os que tentam derrubá-lo do comando do Senado. Um parente de Jader, que prefere não se identificar, afirma que o senador se esforça para demonstrar serenidade. Em alguns momentos, porém, irrita-se com a maior facilidade. O senador estaria com os nervos à flor da pele, porque se sente "sozinho e incompreendido" pelos mesmos líderes de partido no Senado que o estimularam a enfrentar e derrotar o ex-senador Antonio Carlos Magalhães. "O Jader tem dito que os senadores estão pegando corda da imprensa", diz o parente do senador, referindo-se aos fatos que surgem diariamente nos principais jornais e tevês do país, envolvendo o presidente do Senado. Por conta desse noticiário, o clima entre os parentes de Barbalho é de retraimento e tensão. Joércio e Luiz Guilherme, irmãos de Jader beneficiados com depósitos de correntistas do Banpará em suas contas, pouco falam com o senador. "Eles passam mais tempo reunidos com seus advogados", revelou o parente. Prefeitos do interior do Pará ligados ao PMDB têm freqüentado o apartamento de Jader para levar a ele sua solidariedade. Alguns, porém, não parecem muito preocupados com o destino do senador. Aproveitam a visita para levar problemas de seus municípios e pedir que Jader interfira em Brasília para conseguir recursos.

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