Soninha quer reduzir desigualdades sociais, se eleita

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Por GUILHERME WALTENBERG E DAIENE CARDOSO
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A pré-candidata do PPS à prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, disse na manhã desta terça-feira (17), em entrevista exclusiva ao Grupo Estado, que o foco de sua administração, caso seja eleita nas eleições de outubro deste ano, será reduzir as desigualdades entre as regiões da cidade. "Precisamos onerar, desestimular um determinado tipo de ocupação do solo da cidade e investir em outros lugares", afirmou.Para Soninha, existe a necessidade de incentivar investimentos em atividade econômica nas regiões periféricas da cidade para reduzir deslocamentos internos. "Não há sistema que aguente alguém ter que sair de casa às 4 horas da manhã e voltar às 8 horas da noite". "Não tem sistema viário, transporte coletivo ou atendimento na saúde que deem conta de tanto estresse, má qualidade no ar e falta de sono em quantidade adequada", frisou, na entrevista ao vivo para o programa Metrópole, da rádio Estadão/ESPN.Segundo Soninha, que chegou para a entrevista ao Grupo Estado de ônibus, o foco da Prefeitura não deve ser no Metrô ou trem, mas sim na circulação de pedestres, no sistema cicloviário e nos ônibus. Ela defendeu, por exemplo, a criação de passarelas para pedestres e bicicletas acima das Marginais dos rios Pinheiros e Tietê. "Precisamos pensar em quem mora no Morumbi e precisa mudar de lado da Marginal, a pé ou de bicicleta". Sua nota de avaliação para a gestão Gilberto Kassab (PSD) no quesito transportes foi 6. Indagada a razão de uma nota elevada para uma cidade com tantos problemas neste setor, retrucou, bem humorada: "Se é alta, então eu dou 5. Alguns investimentos foram descontinuados ou demoraram demais para acontecer."Nas soluções de curto prazo para a cidade, a pré-candidata do PPS defendeu mudanças na operacionalização dos corredores de ônibus, por conta da chamada ''troncalização''. "Você tem 20 ônibus enfileirados e o seu é o décimo quinto. Poderíamos ter algo parecido com o BRT (Bus Rapid Transit)". Nesse sistema, os passageiros pagam a passagem ao entrar na plataforma, que substituem os pontos de ônibus. Quando os coletivos chegam, todas as portas são abertas para embarque e desembarque, o que permite maior fluidez. "Não é uma situação difícil, demorada e nem caríssima de ser feita", defendeu.Sobre as Marginais, ela criticou a proibição da circulação de caminhões das 5h às 9h e das 17h às 22h, válida desde o ano passado, mas que desde março deste ano passou a gerar multas a quem descumprir a determinação. "O caminhão presta um serviço coletivo. Ele não tem uma escolha e você cria um problema em outros horários. Tem caminhões que fazem descarga de material pesado, de construção civil no meu bairro depois das 10 horas da noite, e aí descarrega vigas à meia-noite", reclamou.Já com relação à restrição de motocicletas na via expressa da Marginal, ela que é motociclista e diz ter ''horror ao trânsito'', concordou com a decisão. "Há uma relação direta entre a velocidade e a gravidade dos acidentes", argumentou.Soninha foi a primeira pré-candidata à Prefeitura de São Paulo a participar da série de entrevistas sobre eleições municipais, promovida pelo Grupo Estado. Nesta quarta-feira (18) será a vez do pré-candidato do PT, Fernando Haddad, e na sexta-feira (20) o entrevistado será Celso Russomano (PRB). Na semana que vem, serão entrevistados Netinho de Paula (PCdoB) no dia 25 e o peemedebista Gabriel Chalita, no dia 27. O pré-candidato do PSDB, José Serra, ainda não confirmou o dia em que participará do evento com os pré-candidatos à sucessão de Gilberto Kassab (PSD), no Grupo Estado.

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