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''Solução é remover os administradores''

Entrevista - Sandra Elouf: promotora; Há várias irregularidades na Fundação Sarney e a principal é o desvio de finalidade no uso dos recursos, afirma ela

Por Rodrigo Rangel e BRASÍLIA
Atualização:

A promotora Sandra Elouf disse ao Estado que a intervenção na Fundação José Sarney deve ser feita até 15 de agosto. Embora o senador José Sarney (PMDB-AP) tenha delegado poderes a terceiros para tocar a fundação, o fato de figurar no estatuto como presidente vitalício o mantém como responsável pela entidade. Qual foi o principal problema detectado pelos auditores? Há várias irregularidades. A principal é o desvio da finalidade, em que o patrocínio era para uma coisa e acabaram gastando dinheiro com outras. Qual a consequência prática? Encaminhamos toda a documentação para o Ministério Público Federal e para a Promotoria de Defesa da Probidade. Minha promotoria está cuidando da parte administrativa, da organização da fundação. Caberá aos colegas apurar se houve improbidade. A senhora pretende pedir a extinção da fundação? Pode até ser, mas ainda não vejo necessidade porque a entidade não está numa situação em que não possa voltar a funcionar corretamente. Pelo menos neste momento, a solução é remover os administradores. Se há uma má administração, não podemos manter os mesmos administradores. Extinguir seria prejuízo, porque muito dinheiro foi aplicado lá. Seria como se estivéssemos premiando a irregularidade. A senhora fala em intervenção? Com certeza. Pretendemos intervir de modo que todos os problemas sejam resolvidos. Estamos analisando os estatutos. Não adianta, por exemplo, mexer no conselho curador e manter a diretoria executiva. A intervenção se dará o mais breve possível. Creio que até 15 de agosto. Quem dá dinheiro não acompanha a aplicação do recurso? Não há fiscalização dessas fundações E isso não acontece só com a Fundação José Sarney. Para o Ministério Público, embora a fundação seja tocada por terceiros, tem valor jurídico o fato de o senador ser o presidente vitalício? Sim, com certeza. Que ele (o senador) tem responsabilidade, tem.

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