Sob pressão, Alckmin diz que vai abrir mais dados de emendas

Encurralado pelo próprio PSDB, governo promete divulgar lotes de 2007 a 2009

Por Fabio Serapião , do Jornal da Tarde , e Fernando Gallo e de O Estado de S.Paulo
Atualização:

Encurralado até pela bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, que enviou nesta terça-feira, 11, um ofício exigindo que o Palácio dos Bandeirantes torne públicas todas as emendas parlamentares feitas por seus deputados, o governo de São Paulo manifestou pela primeira vez a intenção de divulgar a lista de adendos ao Orçamento feitos desde 2007 no Estado.

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"A Casa Civil reitera seu compromisso com a transparência e informa que já está preparando o levantamento de todos os convênios originários de indicações de parlamentares desde 2007", afirmou por meio de nota.

Desde a revelação pelo jornal O Estado de S. Paulo das acusações feitas pelo deputado Roque Barbiere (PTB), de que parlamentares negociam suas emendas com prefeitos e até com empreiteiras, o governo vem sendo pressionado pela oposição. Nesta terça, o Palácio dos Bandeirantes também passou a ser cobrado pela própria bancada do partido do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Em virtude dos acontecimentos noticiados pela imprensa nos últimos dias, a bancada do PSDB vem a público demonstrar sua indignação e ao mesmo tempo exigir a apuração rigorosa dos fatos", diz a nota, antes de pedir que todas as emendas sejam divulgadas.

"Quem não deve não teme. Nossa bancada não conspira e não tem plena convicção de que nunca usou métodos ilegais", afirmou o deputado Orlando Morando, líder da sigla na Casa.

O governo divulgou até agora apenas os dados a 2011 e aos restos a pagar de 2010. Para Morando, o pedido não acarretará em desgaste com o Executivo, uma vez que o próprio governador foi o primeiro a se colocar a favor da divulgação. Quem defendeu a mesma tese foi o presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias. "Não irá causar constrangimento, isso é bom para não deixar todos os deputados como suspeitos", ponderou.