Só ambulâncias de sanguessugas continuam ´presas´

Todos os envolvidos no caso foram soltos e os parlamentares, inocentados pela CPI

Por Agencia Estado
Atualização:

Todos os envolvidos no caso foram soltos, os parlamentares acabam de ser inocentados pela CPI, mas sete ambulâncias adquiridas pelo esquema da máfia dos sanguessugas continuam "presas" na sede da Polícia Federal (PF), em Sorocaba. Os veículos Fiat, modelo Doblô, zero quilômetro, foram localizados há quase cinco meses num galpão, em Capela do Alto, cidade da região. A PF fez a busca e apreensão com base em um mandado expedido pela juíza Maira Felipe Lourenço, da 4ª Vara Federal de São Paulo. As ambulâncias tinham sido adquiridas das empresas do grupo Planam, do empresário Luiz Antônio Vedoin, com verbas liberadas pelo Ministério da Saúde. Vedoin chefiava o esquema que teria distribuído R$ 13 milhões em propinas a deputados, assessores e prefeitos, através da compra superfaturada de ambulâncias. Os veículos foram levados para Capela do Alto para que fossem caracterizados pela empresa de Alan Francisco de Souza. Na época, ele disse que a ordem do serviço fora dada pelo deputado federal Neuton Lima (PTB), que tem base eleitoral em Indaiatuba, região de Campinas. Lima admitiu a apresentação de emendas para a compra dos veículos, mas disse que todo o procedimento foi regular. As ambulâncias estão estacionadas no pátio da Delegacia da Polícia Federal, com as baterias desligadas. De acordo com o delegado chefe da PF Menoti Barros de Oliveira, o local tem segurança 24 horas. Ele aguarda uma decisão da Justiça Federal sobre o que fazer com os veículos, adquiridos com dinheiro público. Prefeituras de várias partes do Estado se habilitaram para receber os carros, caso seja decidida a sua doação para órgãos públicos. Segundo Oliveira, a PF apenas cumpriu a determinação judicial de apreender as ambulâncias. Elas devem continuar "presas" até que a Justiça decida sobre a nova destinação. O procurador da República Patrick Montemor Ferreira, do Ministério Público Federal (MPF), acionou o Departamento Nacional de Saúde, em Brasília, para que fosse providenciada uma destinação. O Departamento informou que o caso das ambulâncias ainda está sub judice.

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