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Skaf propõe ensino pago na USP

Para candidato do PSB, é incoerente alguém que possa pagar a universidade estude de graça e ocupe o lugar de quem não tem condições

Por Wellington Bahnemann
Atualização:

Convenção. Candidato do PSB festeja durante evento, que teve ausência de Erundina

 

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O candidato ao governo de São Paulo pelo PSB, Paulo Skaf, afirmou no domingo, 27, que, se eleito, poderá adotar o sistema de cobrança de mensalidade nas universidades paulistas para estudantes com condições para arcar com as despesas do ensino universitário.

 

"Isso é um estudo. Acredito que vale uma discussão em torno disso, porque é incoerente que alguém que possa pagar não pague nada e ocupe o lugar de quem não tem condições", defendeu Skaf, durante a convenção estadual do partido que homologou sua candidatura.

 

Para Skaf, o tema exige avaliação cuidadosa, pois o custo do estudante universitário para o governo estadual é elevado. "Tudo que for relacionado à inovação e à pesquisa deve ser mantido e ampliado. O que for relacionado aos alunos, precisa ser avaliado."

 

Outra proposta do candidato do PSB é a redução do preço do pedágio para os motoristas paulistas. Segundo Skaf, a ideia é utilizar o valor arrecadado pelo Estado com o IPVA para garantir a redução de 100% no pedágio entre meia-noite e 7 horas e de 50% entre 7 horas da manhã e meia-noite. "Isso teria impacto de R$ 1 bilhão na parcela do IPVA referente ao governo estadual", explicou. De acordo com a ideia, até 50% do IPVA pago pelos usuários de veículos seria usado para compensar o pedágio.

 

De acordo com candidato, essa é a alternativa encontrada para corrigir uma distorção que prejudica os cidadãos do Estado sem quebrar o contrato com as concessionárias. "Em alguns trechos, paga-se R$ 200 de pedágios. Isso não é bom para as famílias nem para o transporte de comércio. Algo precisa ser feito, mas os contratos não podem ser quebrados", disse o candidato do PSB, acusando o PSDB de não ter pensando nos usuários quando adotou o atual modelo de concessão de rodovias para a iniciativa privada no Estado de São Paulo.

 

Skaf comentou que outra proposta na área de pedágios é o alongamento do prazo de concessão das rodovias com a redução das tarifas cobradas. "Mas, nesse caso, a redução não seria significativa", reconheceu.

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Discurso. Em sua primeira disputa para um cargo político, Skaf aproveitou o seu discurso para se apresentar ao eleitorado, a exemplo do mote da campanha nas propagandas na televisão. Além de ressaltar a experiência adquirida ao longo dos anos durante a presidência da Fiesp, Sesi e Senai e argumentar que sua candidatura representava um compromisso com a modernidade na gestão pública, boa parte do discurso foi centrado nas propostas na área de educação. Skaf acrescentou que pretende adotar nas escolas públicas de São Paulo ações tomadas no Sesi e no Senai: educação em tempo integral no ensino fundamental e integração entre o ensino médio e técnico.

 

Apesar das pesquisas eleitorais indicarem seu nome conta com apenas 2% das intenções de voto, Skaf argumentou que um levantamento recente apontou que 80% do eleitorado paulista não escolheu seu candidato para o governo estadual.

 

"Isso mostra que depende só de nós. Faremos uma surpresa para quem acha que o PSB está brincando em serviço."

 

Ausências. Cerca de 4 mil pessoas participaram ontem da convenção do PSB, entre militantes, líderes regionais, deputados estaduais e federais e pré-candidatos. No entanto, o vereador Gabriel Chalita e a deputada Luiza Erundina, figuras de expressão do PSB no Estado, não compareceram ao evento. Erundina já manifestou publicamente que não apoiará Skaf por ser um candidato ligado ao empresariado.

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