Simon pede que Sarney saia, antes que seja obrigado

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Por CÉLIA FROUFE E DENISE MADUEÑO
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O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou hoje o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem de se afastar do comando da Casa. "Ele deve se afastar desse processo. Para bem dele, da família dele, da sua história e deste Senado", disse, durante discurso no plenário do Senado, que está esvaziado por causa das festas juninas, com a presença de apenas oito parlamentares de um total de 81. "Há um mês eu disse que é melhor o presidente sair do que seja obrigado a sair. Hoje eu repito: é bom que o presidente Sarney largue a presidência do Senado antes que a situação fique totalmente insustentável", argumentou. Para Simon, se o presidente se afastar da Casa não significa automaticamente uma admissão de culpa ou de responsabilidade de atos que estão sendo denunciados pela imprensa. "Pelo contrário: representa um ato de grandeza", defendeu. Na opinião do senador, Sarney fez "muitas coisas boas" e a má-fé não faz parte de seu programa. Durante o discurso, Simon disse também que os escândalos que envolvem o Senado não devem ser atribuídos a um ou outro parlamentar. "A frase bíblica nunca esteve tão certa: ninguém pode atirar a primeira pedra. Não se pode dizer que ''não fui eu'' e não dizer que ''foi ele''. Há responsabilidade coletiva", observou. O senador disse ainda que está "caindo em depressão" com o exagero das mensagens que tem recebido por e-mail. "Me falam para ir para a casa, que não há solução e que o Senado tem de fechar...", citou. Na avaliação de Simon, o Senado passa por uma série de erros. "Dos quais sou responsável por muitos. Esta Casa se encontra no ápice de uma crise e o Brasil inteiro olha para essa Casa. E de uma maneira que eu não tinha visto", considerou. Ele lembrou que a classe política é vista de uma maneira "muito dura" pelo povo, mas se disse surpreso com a mudança de tom dos brasileiros. "Nunca (vi olharem para o Senado) com um olhar tão magoado e triste, como agora."

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