O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou a atuação do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), nesta terça-feira, 18, frente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde Lina Vieira, ex-secretária da receita Federal depôs visando esclarecer o suposto pedido de Dilma para que as investigações sobre Fernando Sarney fossem "agilizadas". Para Simon, a pretensão do governo é ganhar tempo para definir a estratégia que irá adotar neste episódio.
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Simon disse que Jucá está abusando da maioria que o governo tem na CCJ. Ele lembrou ainda que o senador foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso e agora do governo Lula e que, neste período, mudou de discurso. "Estão fazendo essa onda para não ouvir essa senhora", disse Simon, referindo-se ao depoimento de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal.
O senador do Rio Grande do Sul também questionou a conduta de Jucá em relação ao Conselho de Ética, que investiga denúncias de atos do senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. Ele questionou se o PT retirará os seus dois representantes do Conselho de Ética para dar a vaga a Jucá e a um representante do Rio de Janeiro, para que as ações contra Sarney sejam arquivadas. Segundo Simon, essa manobra é um "ato de crueldade" com o senador Sarney, que tem o direito de se defender.
Dizendo sentir a angústia com que Mercadante tem atuado nesta crise do Senado, Simon pediu ao líder da bancada petista que impeça a manobra governista para dar a Jucá uma vaga no Conselho de Ética.
Defesa governista
O senador Romero Jucá se defendeu reafirmando que a ex-secretária da Receita Federal será ouvida ainda nesta terça-feira, 18.
O líder do governo no Senado disse que a questão de ordem levantada por ele tem como objetivo defender as atribuições da CCJ para evitar que, no futuro, esse tipo de ação seja repetida.
Na quarta-feira da semana passada, 12, a CCJ aprovou um requerimento do senador Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), convidando Lina a comparecer à comissão, sem a presença dos senadores governistas. "Não estou abusando da maioria. O que foi abusado aqui foi o regimento", defendeu-se Jucá. O senador avisou ainda que, como o presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), se recusou a colocar em votação seu requerimento, ele irá recorrer ao plenário do Senado.