Simon acha belo o caminho da roça

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Por Agencia Estado
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O senador Pedro Simon (RS), pré-candidato do PMDB à Presidência da República, disse hoje que o partido deve sair do governo FHC o mais breve possível e entregar seus cargos ao presidente. "Foi ele (Fernando Henrique que apontou o caminho: aliás, acho um belo caminho o da roça", afirmou o senador gaúcho, referindo-se à sugestão do presidente para que os descontentes deixassem o governo. "Acho que quando se perde o respeito, não tem outra saída, mas temos de sair numa boa, sem guerra e sem ofensas." De acordo com Simon, ele e outros líderes do partido pensavam em conduzir a atual aliança até as convenções do próximo ano, quando os partidos definiriam suas candidaturas, mas a "grosseria" de Fernando Henrique inviabiliza a continuidade do partido na base governista. "Ele nos colocou na rua. Só não vê quem não quer", diz o senador. "Não vejo como escolher outro momento. Não teria mais coragem de sentar para conversar com ele." Chamado de "cupim" pelo presidente, por suas críticas ao governo, Simon aproveitou para alfinetar FHC: "No último ano, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) atacou o governo mais do que a oposição, mas o presidente nunca teve coragem de dizer nada, até o fim". O senador garante que, se o PMDB seguir sua posição e deixar o governo, os ministros do partido, incluindo Eliseu Padilha, dos Transportes, saem junto. "Ele (Padilha) não quer sair rompido com o presidente, mas que sai, sai." De todos os peemedebistas do governo, Padilha é o mais próximo de FHC e já disse que "é mais fácil deixar de fazer política do que fazer oposição ao presidente". "Da minha boca nunca haverá crítica ao presidente", disse o ministro, prometendo dupla fidelidade - ao PMDB e a FHC. Para Simon, o PMDB deve fazer "oposição, mas não radical", pois tem compromisso com a governabilidade do País. "Não vamos partir para desestabilizar o governo", assegura. O senador disse ainda que, se o governador Itamar Franco (MG) vencer a disputa interna no PMDB, receberá seu apoio e o "da grande maioria do partido, mas espero que a recíproca seja verdadeira". Simon acha que não está recebendo o mesmo destaque de Itamar e diz que, "se me derem os oito minutos do partido na TV, tenho condições de ir adiante". O senador disse ainda que o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) deveria se afastar da presidência do Congresso e cuidar da sua defesa contra as acusações de que é alvo.

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