Shannon afirma querer 'parceria para século 21' com País

Novo embaixador dos EUA no Brasil desembarcou nesta sexta-feira no aeroporto internacional de Brasília

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Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, disse há pouco, ao desembarcar no aeroporto internacional de Brasília, que já começará a trabalhar para aprofundar e reforçar uma "parceria para o século 21" entre os dois países. Shannon, que atuou como diplomata da embaixada dos EUA no Brasil entre 1989 e 1992, vai apresentar ainda hoje ao Itamaraty as cópias de suas credenciais. A expectativa da embaixada é que, em fevereiro, ele venha a entregar suas credenciais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

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A escolha de seu nome para comandar a Embaixada dos Estados Unidos foi comemorada pelo governo brasileiro, pois demonstra uma deferência ao Brasil considerando que Shannon é um dos ícones da diplomacia norte-americana.

 

Ex-subsecretário do Departamento de Estado para as Américas com uma longa carreira diplomática, Shannon foi indicado pelo presidente Barack Obama. Ele atuou também nas embaixadas da Venezuela - país com o qual os Estados Unidos mantêm uma delicada relação política - e da África do Sul - no período das negociações pelo fim do apartheid (segregação racial).

 

Reconhecido como um dos principais especialistas em América Latina do Departamento de Estado, o diplomata teve de aguardar sete meses pela aprovação do Senado a sua nomeação como embaixador dos EUA no Brasil. A oposição republicana no Senado americano bloqueou a votação de sua indicação, sob a alegação de que Shannon se posicionava de forma demasiado benevolente com relação a países como a Venezuela. Sua aprovação deu-se no último dia 24 de dezembro. Durante esse período, a embaixada americana ficou sem comando durante quatro meses. Ele substitui Clifford M. Sobel, indicado pelo ex-presidente George W. Bush.

 

Apesar de sua longa carreira diplomática, ele recebeu dois vetos à indicação - um deles foi apresentado do senador republicano Jim DeMint (oposição a Obama), do estado da Carolina do Sul, que criticou sua atuação em relação à crise política em Honduras. O outro veto foi de outro senador republicano George LeMieux (também de oposição a Obama), da Flórida, que justificou discordar de suas posições sobre o regime político de Cuba e a condução das negociações dos Estados Unidos em relação à crise em Honduras. Ao final, De Mint e LeMiex suspenderam os vetos.

 

Shannon terá o desafio de estimular uma relação bilateral arranhada pela aproximação do Brasil ao Irã e por anos de cooperação morna. Uma de suas vantagens pessoais é seu domínio do português. Além disso, tem uma carreira acadêmica consolidada - com mestrado e doutorado na Universidade de Oxford.

 

O novo embaixador chega ao país em meio à polêmica sobre o projeto FX-2, que envolve a compra de 36 caças em um negócio estimado em R$ 10 bilhões. Entre os modelos avaliados pela Força Aérea Brasileira (FAB) está o F-18 Super Hornet, da empresa norte-americana Boeing.

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Com informações da Agência Brasil

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