Sete deputados que apoiaram Quintão assinaram lista que reconduziu Picciani à liderança do PMDB

Mudaram de opinião os peemedebistas Simone Morgado (PA), Elcione Barbalho (PA), Celso Maldaner (SC), Silas Brasileiro (MG), Vitor Valim (CE), Lindomar Garçon (RO) e Jéssica Sales (AC); para trazê-los, Picciani contou com a ajuda do Palácio do Planalto

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Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - Sete dos 36 deputados que apoiaram a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara nesta quinta-feira, 17, tinham assinado a lista de 35 parlamentares que indicou Leonardo Quintão (MG) ao mesmo cargo na semana passada. Mudaram de opinião os peemedebistas Simone Morgado (PA), Elcione Barbalho (PA), Celso Maldaner (SC), Silas Brasileiro (MG), Vitor Valim (CE), Lindomar Garçon (RO) e Jéssica Sales (AC).

Leonardo Picciani (PMDB RJ), líder do PMDB na Câmara dos Deputados Foto:  

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Considerado aliado do governo, Picciani contou com a ajuda do Palácio do Planalto para conquistar o apoio desses deputados. Simone Morgado e Elcione Barbalho, por exemplo, são a atual e a ex-mulher do senador Jader Barbalho Barbalho (PMDB-PA), respectivamente. Elcione e Jader são pais do atual ministro-chefe da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho, que foi indicado pelo senador paraense na última reforma ministerial de outubro.

Para Picciani, o apoio desses 7 deputados derruba o argumento de peemedebistas da ala pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff de que ele retomou a liderança do partido de forma "artificial". "Quando fui substituído da liderança, de imediato reconheci o posicionamento da maioria. Acho que a posição mais adequada (deles) seria fazer o mesmo", afirmou o líder, em entrevista logo após ser confirmada sua recondução ao cargo.

Na entrevista, o deputado carioca afirmou que irá procurar Temer ainda hoje. "Vou dizer a ele que reassumi a liderança com o compromisso de não permitir o prolongamento dessa prática aqui de coleta de assinaturas e que faremos a eleição da nova liderança em fevereiro", comentou. O líder do PMDB disse que somente no próximo ano decidirá se tentará a reeleição para o cargo de líder.

Picciani voltou à liderança do PMDB hoje, uma semana após ser derrubado do cargo. Sua destituição foi articulada pela bancada do PMDB pró-impeachment com aval do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer. O movimento de coleta de assinaturas contra o deputado carioca começou após ele se recusar a indicar parlamentares antigoverno para as vagas a que a sigla tem direito na comissão especial do impeachment na Casa.

Além de buscar deputados que tinham apoiado Quintão, Picciani também articulou a posse de parlamentares do PMDB aliados que estavam licenciados. Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador carioca Sérgio Cabral) e Pedro Paulo se licenciaram dos cargos de secretários de Estado do Rio nos últimos dias e assumiram o mandato de deputado apenas para apoiar a recondução de Picciani.