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Serys diz não haver motivo para renúncia

Presidente de entidade que obteve R$ 4,7 milhões em convênios sem licitação está lotada no gabinete da senadora, que é relatora do orçamento

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Por Rosa Costa , Denise Madueño e de O Estado de S.Paulo
Atualização:

BRASÍLIA - Pressionada pela oposição, a relatora da Comissão Mista do Orçamento, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), disse nesta segunda-feira, 13, que o fato de manter lotada em seu gabinete a presidente do Instituto de Pesquisa Ação e Mobilização, Liane Maria Muhlenberg, que conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo sem precisar de licitação, não é motivo para renunciar ao cargo.

 

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Serys afirma que não cometeu nenhuma irregularidade e que não sabia da relação da servidora com o instituto. "Foi nomeada por mim, mas eu desconhecia, não sabia, nunca comentou e eu desconhecia totalmente", afirmou a senadora.

 

Reportagem publicada nesta segunda pelo Estado revelou que o dinheiro chegou à entidade, Instituto de Pesquisa e Ação Modular (Ipam), por meio de emendas de parlamentares do PT para shows e eventos culturais. Logo após a divulgação da informação, o presidente do PPS, Roberto Freire, pediu o afastamento da relatora.

 

"Não é possível que o governo não tenha um senador ficha-limpa para ser relator do Orçamento", disse Freire. "Que se encontre outro senador para o lugar desta senadora, senão contamina o Orçamento tanto quanto aconteceu com o relator anterior", completou.

 

A senadora petista assumiu a relatoria do Orçamento na semana passada, em decorrência da renúncia do senador Gim Argello (PTB-DF). Ele entregou o cargo depois de uma série de reportagens do Estado ter apontado a existência de entre ligações de emendas orçamentárias de sua autoria e institutos fantasmas e empresas constituídas com o nome de laranjas.

 

Serys não foi a primeira ligação de Liane Muhlenberg com parlamentares do PT. Antes de trabalhar para a senadora mato-grossense, ela permaneceu lotada no gabinete da senadora Fátima Cleide (PT-RO) durante dois anos e meio.

 

Liane foi transferida para a segunda-vice presidência em fevereiro do ano passado, no mesmo mês em que Slhessarenko assumiu o cargo da Mesa. Quando procurada ali, os servidores afirmavam que ela dava expediente no gabinete de Slhessarenko.

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"Ela já foi exonerada, nunca fiz emenda, eu estou fora dessa, nem paro o instituto dela nem para outro instituto", afirmou a relatora da comissão.

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