
19 de junho de 2009 | 14h11
O presidente do sindicato dos servidores do Poder Legislativo (Sindilegis), Magno Mello, se reunirá com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) na terça-feira para se manifestar contra a divulgação dos salários dos servidores do Senado. Suplicy sugeriu a ideia a Sarney, que a achou "positiva" e nesta manhã anunciou a criação de um Portal da Transparência. O site é uma das medidas para conter a crise que atinge o Senado, mais recentemente marcada pela descoberta dos atos secretos, usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários, revelados pelo Estado.
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"Agora estão surgindo uma série de objeções , por exemplo, o presidente do Sindilegis pediu uma reunião comigo terça-feira 12h30 no meu gabinete, porque ele disse que os servidores estão preocupados com a publicação. (Dizem) 'Imagina, publicar o quanto ganhamos, onde trabalhamos', coisas assim. Eu acho um exagero isso. Uma servidora até brincou comigo 'quem sabe até eu arrumo um namorado', se publicar a minha (remuneração)", disse o senador ao estadao.com.br.
Durante a entrevista coletiva, Sarney não detalhou se no Portal haverá a divulgação dos salários dos servidores, mas Suplicy afirma que o presidente da Casa lhe disse ser "favorável" à ideia e achou a iniciativa "positiva", como manifestou em seu discurso de defesa na terça-feira.
"Eu quero até a colaboração dos colegas, quem tiver uma ideia, como teve o Senador Suplicy, que me deu hoje de manhã, que nós vamos estudar e eu sou favorável a ela, que se coloque na Internet o nome de todos os funcionários, todos que estão dentro dessa Casa com os respectivos vencimentos que têm", disse Sarney.
O petista contou também que está convencido da necessidade da publicação dos salários, apesar da reunião com Mello. "Eu vou argumentar com ele, mas sou inteiramente a favor de publicar".
Suplicy apontou que alguns parlamentares consideram "invasão da privacidade" a divulgação. "Como o Papaléo Paes. Mas uma coisa são os princípios de publicidade contidos no artigo 37 da Constituição que garantem que o povo que paga os funcionários públicos devem ter o direito de saber o quanto ganham".
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