Servidores do Rio planejam greve contra reforma da previdência

Por Agencia Estado
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O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Rio de Janeiro (Sintrasef) está discutindo a realização de uma greve de advertência de um dia, no início de junho, contra a proposta de reforma previdenciária apresentada pelo governo federal. Uma série de assembléias será realizada entre os dias 5 e 29 de maio. Estão sendo organizadas para o fim deste mês caravanas para Brasília, onde os servidores pretendem fazer manifestações e pressão no Congresso Nacional. "Não somos contra a reforma, mas esta é uma cópia da reforma do Fernando Henrique Cardoso, que tentou uma reforma neoliberal comandada por organismos internacionais", critica o diretor financeiro da Sintrasef, Paulo Alberto Lima da Cruz, engenheiro nuclear e pesquisador da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Ele cita os dois principais pontos de discórdia: "Você viu o Lula dizer na campanha que ia retirar a aposentadoria integral? Viu dizer que ia taxar os inativos? Se ele tivesse falado esses dois itens, duvido que fosse eleito. Não elegemos o Lula para ele mentir depois e negar sua própria história", protesta o dirigente sindical. Para ele, "é inadmissível mexer nos direitos adquiridos". Com uma aposentadoria de R$ 1.300 mensais, o diretor da Secretaria de Aposentados do Sintrasef, Jorge Tancredo, será um dos atingidos pela contribuição dos inativos, se for aprovada a proposta da maneira como foi enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de taxar os vencimentos acima de R$ 1.058. "Eu até gostaria de contribuir se o governo pagasse um salário justo. Para ter uma contribuição decente, teria que ter um salário decente. Por que o governo não pega os grandes devedores da Previdência, as empresas, os times de futebol e bota todo mundo na mesa para pagar, mesmo que parcelado? Aí, sim, até concordo em dar a minha parte", diz Tancredo. O Sintrasef é filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

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