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Servidores do Incra entram em greve

Por Agencia Estado
Atualização:

Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciaram hoje greve por tempo indeterminado em defesa do plano de carreira da categoria. Até o início da noite, a paralisação já havia atingido 18 Estados e já começou a afetar as ações da reforma agrária que o governo federal planejava deslanchar, após a onda de invasões do "abril vermelho", promovida pelos trabalhadores sem terra. O comando do movimento promete adesão total até o próximo dia 10, data em que está sendo convocada a greve geral do funcionalismo público federal. A greve do Incra colocou o Palácio do Planalto em estado de alerta porque prejudica a reforma agrária, uma das bandeiras mais caras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no momento em que há recursos em caixa, estoque de terras para os assentamentos e todos os meios para o cumprimento das metas. O presidente do órgão, Rolf Hackbart, realizou reunião de emergência, nesta noite, no Palácio do Planalto, com o Grupo de Trabalho Interministerial encarregado de estudar soluções para as questões agrárias do País. Ele deu informações sobre o movimento, que se arrasta há seis anos e entregou o esboço do plano que cria duas carreiras no Incra, a dos peritos federais agrários e a dos técnicos em reforma e desenvolvimento agrário. O plano prevê reajustes médios de 100%, sendo que algumas caregorias estão contempladas com até 200% de aumento. O impacto estimado é de mais de R$ 500 milhões anuais na folha do órgão. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, lamentou a coincidência desagradável da greve. "Infelizmente, pode atrapalhar as metas do Plano Nacional de Reforma Agrária", observou. O Incra tem aproximadamente 5 mil servidores, a quase totalidade fora da carreira do órgão e sem reajuste há vários anos. Os salários médios de nível superior variam de R$ 1.800 a R$ 3.500. O Incra decidiu hoje, em reunião fechada, instituir uma comissão para analisar a retirada dos acampados da Fazenda Engenho, em Planaltina, DF. Os trabalhadores e as trabalhadoras rurais que acampavam no local há quase um ano à espera da desapropriação da fazenda, que pertence à União, foram retirados na última terça-feira da propriedade pela polícia militar do DF, em uma operação considerada truculenta.

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