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Servidores da Sudam depõem na PF e negam fraude

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Por Agencia Estado
Atualização:

A economista Márcia Pastor da Silva Pinheiro e o engenheiro Antônio dos Santos Ferreira Neto, funcionários da área de fiscalização da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), negaram hoje participação em irregularidades ou favorecimento na liberação de recursos do Fundo de Investimentos da Amazônia (Finam) para a empresa Usimar, de São Luís, que tinha um projeto no órgão no valor de R$ 1,38 bilhão. Antes de a fraude estourar a empresa havia emprestado R$ 44 milhões da Sudam. Em depoimento prestado na Polícia Federal (PF) em Belém ao delegado da corporação no Maranhão, Roberto das Chagas Monteiro, e ao procurador da República naquele Estado, Kelston Lajes, os dois fiscais contaram que fizeram uma vistoria na sede da Usimar, em São Luís, afirmando que, lá, não encontraram os equipamentos avaliados em R$ 102 milhões, a contrapartida de recursos da empresa no projeto para merecer a liberação de recursos do Finam. Márcia e Ferreira Neto disseram ainda que, ao voltarem do Maranhão, informaram os superiores na Sudam sobre o que havia ocorrido. Mesmo com a Usimar não tendo cumprido a parte dela na proposta, os dois técnicos do governo receberam ordens para "tocar a análise do projeto", pois havia pressa em o incluir na pauta de reunião do Conselho Deliberativo (Condel) para ser aprovado. A Usimar, embora deixasse de cumprir a contrapartida de recursos, teve o projeto aprovado em apenas quatro dias. Os dois servidores disseram no depoimento que foram informados de que os equipamentos que eles não haviam encontrado em São Luís poderiam estar sendo embarcados no Porto de Paranaguá (PR) com destino ao Maranhão. Eles viajariam para aquela cidade, mas os superiores deles na Sudam mandaram cancelar o embarque. A ex-funcionária da Sudam Maria Auxiliadora Barra Martins, que teve depositado pela Usimar R$ 110 mil na conta pessoal, é uma dos outros 18 acusados que estão sendo ouvidas pela PF. O advogado Américo Lela, defensor da maioria dos interrogados, foi taxativo: "Não há nada que incrimine esses funcionários. Eles são excelentes profissionais e sempre agiram no cumprimento de ordens superiores."

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